BBB 22: Desistência de Tiago prova como foram mal escolhidos os participantes
Ator não suportou o risco de ir ao Paredão e pulou fora do jogo
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Parece que não há casa de vidro, não há mecânica inovadora, não há nada que salve esta temporada do Big Brother Brasil de ser um redondo fracasso. Porque nenhuma dessas tentativas consegue corrigir o vício de origem: os participantes da 22ª edição foram muito mal escolhidos.
A maior prova disso é a desistência de Tiago Abravanel, ocorrida na tarde deste domingo (27). O ator e cantor chegou a pagar multa por cancelar shows já marcados, só para poder participar do BBB 22. Fã do programa e com uma imagem de pessoa desinibida e divertida, ele prometia dominar o grupo Camarote e chegar entre os primeiros colocados. Deu tudo errado.
Logo nos primeiros dias de confinamento, Tiago se mostrou um jogador equivocado. Quis transformar o tradicional Jogo da Discórdia em seu contrário: os brothers só falariam bem uns dos outros. Chegou a decretar que este seria o BBB do amor e da autoaceitação.
Belíssimas intenções, mas diametralmente opostas ao que o público espera do reality. Tiago –não só ele, aliás– esqueceu que o BBB é, antes de mais nada, entretenimento. Discussões pertinentes como as que aconteceram nos últimos anos, sobre racismo, machismo e homofobia são um bônus. Quem assiste ao programa quer mais é ver, nas imortais palavras de Tiago Leifert, o parquinho pegar fogo.
O neto de Silvio Santos revelou lá dentro uma insuspeita fragilidade emocional, e não há nada de errado com isto. O BBB sempre surpreende seus participantes, que se veem obrigados a abandonar estratégias traçadas aqui fora e a mostrar aspectos de suas personalidades que eles prefeririam ocultar. Faz parte do jogo.
Mas esta fragilidade não pode ser grande a ponto de impedir a pessoa de encarar uma eliminação. Porque parece que foi isto o que aconteceu: apavorado com a possibilidade de ser indicado ao Paredão por seus colegas, Tiago Abravanel pediu para sair.
Será que ele esperava escapar de todos os Paredões e vencer por aclamação? O mais provável é que, uma vez no jogo, Tiago percebeu que precisaria lidar com a possibilidade de ser rejeitado, tanto pelos outros jogadores como pelo público. Foi pressão demais para seu coraçãozinho.
Não vou julgá-lo. Cada um sabe onde lhe dói o calo. Mas a produção do BBB merece um puxão de orelhas. Não faz sentido escalar para o programa celebridades que não precisam do dinheiro do prêmio. Elas agem como se estivessem num spa. Não querem saber de treta com ninguém. Só de aumentar o número de seguidores e ganhar mais contratos depois que saírem.
Brunna Gonçalves, que deve ter entrado por pressão de Ludmilla, foi um erro crasso. Pedro Scooby só é tolerado porque sua alienação rende momentos engraçados. Tiago Abravanel chegou a ser "acusado" nas redes sociais de ser um infiltrado do SBT com a missão de destruir o BBB.
Os erros de escalação não se limitam ao Camarote. O grupo Pipoca também está cheio de gente desinteressante. Como que os diretores de casting cometem um deslize desses, ainda mais depois de 21 temporadas do reality?
O BBB está em crise, e vai precisar se reinventar para sobreviver. A maneira como são selecionados os jogadores precisa passar por uma profunda revisão. Talvez uma resposta seja mais diversidade: gente de idades e origens variadas, que escape do combo habitual juventude + beleza.
As celebridades, então, talvez devessem ser limadas. Ou então só gente ainda não muito conhecida pelo grande público, como Douglas Silva ou Linn da Quebrada, mereça ser convidada.
Como diz a letra de "Vida Real", o tema de abertura do reality: "Se você soubesse quem você é / Até onde vai a sua fé / O que você faria? / Eu pagaria pra ver?". Por enquanto, não estou pagando.