Com o avanço da variante ômicron, pandemia ameaça descarrilar a TV outra vez
Emissoras adotam protocolos mais rígidos e cogitam adiar estreias
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Na última segunda-feira (10), o espectador do Jornal Nacional levou um susto. Na bancada do noticiário estavam Hélter Duarte e Ana Luiz Guimarães, plantonistas que costumam substituir os titulares nas edições de sábado.
Acontece que nem Renata Vasconcellos, nem William Bonner estavam de férias. A ausência da dupla se deveu a uma razão mais prosaica: Renata recebeu diagnóstico positivo para a Covid-19. Por ter tido contato com ela, Bonner também foi afastado.
Não foi só ele. A partir desta quarta-feira (12), todos os funcionários da Globo que estavam trabalhando no chamado "modelo híbrido" –dois dias por semana na empresa, os outros três, em casa– voltam ao home office em tempo integral. O novo esquema deve vigorar pelo menos até 31 de janeiro.
O teste de Bonner revelou que o apresentador não foi infectado, e o jornalista estava de volta à bancada do JN já na terça (11). Mas o episódio mostra que a pandemia ainda pode afetar seriamente a programação das redes de TV aberta, mesmo depois de dois anos de estragos.
A variante ômicron do novo coronavírus foi identificada em novembro na África do Sul, e logo se espalhou pelo mundo. A nova cepa surgiu no pior momento possível: no fim do ano, quando os feriados consecutivos de Natal e Ano-Novo fazem com que milhões de pessoas viagem e se aglomerem.
Assim como aconteceu em 2020, as festas do final de 2021 serviram para disseminar ainda mais o vírus. O resultado é o que estamos vendo agora: um aumento de mais de 600% de novos casos por dia no Brasil, e alguns hospitais já próximos da lotação máxima.
Os profissionais dos canais de televisão não escapam dessa onda, é claro. Cristiane Pelajo, da GloboNews, recebeu seu segundo teste positivo em quatro meses. Nas redações dos telejornais e nas produções dos mais diversos programas, o número de infectados só cresce.
O avanço da ômicron ainda ressuscitou um fantasma: o adiamento de estreias. Por enquanto, a data de 7 de fevereiro está mantida, mas o diretor Luiz Henrique Rios não descarta que a novela "Além da Ilusão", próxima ocupante da faixa das 18h na Globo, seja postergada para o segundo semestre.
Enquanto isto, na Band, o auditório especialmente construído para o novo programa de Fausto Silva receberá 170 pessoas por vez –um número bem abaixo de seus 400 lugares.
Já o streaming pode ter que adiar novamente as gravações de seus projetos brasileiros –ou transferi-las para o Uruguai, como já faz a Amazon Prime Video desde meados de 2020.
O momento ainda é de cautela, e o pior cenário provavelmente não irá se concretizar. No Reino Unido, a ômicron já vem perdendo força. Aqui no Brasil, as filas imensas em frente aos postos de saúde são um bom sinal: mais e mais pessoas estão buscando a vacina, a resposta mais certeira contra a pandemia.
Mas todo cuidado é pouco. O novo coronavírus se mostrou resiliente, e precisamos lutar contra ele de todas as maneiras possíveis. É melhor uma programação de TV recheada de reprises, do que programação nenhuma.