Não precisa gostar de Deolane Bezerra para aprovar doação a Beiçola
Nesse mundo de redes sociais, já não podemos repetir bordão 'fazer o bem, sem olhar a quem'
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Minha amiga Lelê, também conhecida como @alesie no antigo Twitter e ex-dona do Te Dou um Dado?, um dos mais lendários blogs de entretenimento da história da internet, postou um tweet perfeito: você não precisa gostar de Deolane Bezerra para reconhecer que ela ajudou o ator Marcos Oliveira (o Beiçola) ao doar R$ 50 mil ao ator. Marcos tem pedido ajuda em veículos de comunicação, expondo sua difícil situação financeira e, em várias entrevistas, contou que sofreu golpes, está devendo muito dinheiro e tem passado fome.
E quem condena a "advogada celebridade" por ter divulgado o encontro numa live, alegando que quem doa não deve divulgar o gesto, não entende o significado do que é ser uma influenciadora.
É fato que muitos artistas e celebridades ajudam pessoas e entidades com somas vultosas, constroem escolas, hospitais etc. sem que o público saiba desses fatos. Digo isso porque sei de muitos trabalhos beneficentes feitos por Fabio Porchat que ele não publica. Famosos como Xuxa e Ayrton Senna, só para citar alguns, também criaram seus institutos dedicados à filantropia e sempre ajudaram muita gente sem fazer muita publicidade disso.
Mas não há nada de errado ou indigno quando um famoso compartilha uma doação. Ao contrário, o papel de um influenciador é exatamente o de estimular seus fãs a adotarem a mesma postura.
Faustão, por exemplo, passou a ser um grande incentivador da doação de órgãos depois de ter sido, ele próprio, o beneficiário de um coração transplantado. E com grande sucesso: o número de doações aumentou muito por causa dele. O que importa, nesses casos, é o resultado.
Deolane, que é ex-Fazenda, é uma personagem polêmica com histórico clássico de quem quer aparecer, fazer sucesso e ocupar espaço na mídia. Por isso, não é improvável que, para além da boa intenção de ser "um anjo da guarda para o Beiçola", como ele mesmo colocou, ela tenha pensado em tirar proveito de sua doação para fazer marketing pessoal.
Nesse mundo de redes sociais, onde o capital das pessoas é medido por alcance e engajamento, já não podemos repetir o bordão de que devemos "fazer o bem, sem olhar a quem". Talvez seja mesmo o caso de fazer uma adaptação aos nossos tempos e adotar o lema de que devemos "fazer o bem, e sempre olhar além".
Porque no caso de Deolane, funcionou. Ela fez o bem, olhou além e ganhou novos seguidores, muito espaço em veículos de comunicação e ainda recebeu em troca um presente que não tem preço: a gratidão de um novo amigo que diz que vai lembrar dela para sempre.