Rosana Hermann

A marcação em cima de Deborah Secco

Atriz representa o espírito do povo brasileiro, que é livre, verdadeiro, aberto e sexy

Deborah Secco pronta para o programa Tá na Copa, do SporTV - @dedesecco no Instagram

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O ano de 1994 foi marcante para todos os brasileiros, com grandes alegrias e uma imensa tragédia. A tragédia aconteceu no dia 1º de maio, quando o Brasil perdeu um de seus maiores ídolos, Ayrton Senna. Durante o GP de San Marino, em Ímola, o piloto colidiu com uma barreira de concreto diante de milhões de fãs que assistiam, incrédulos, às imagens das TVs de todo o mundo. Ele foi levado de helicóptero, mas em poucas horas, receberíamos a dolorosa notícia de sua morte.

Quarenta e sete dias depois começava a Copa do Mundo nos Estados Unidos, e o Brasil ainda estava de luto. O país que se sagrou tricampeão do mundo em 1970 no México, buscava um pouco de alegria no sonho de mais uma taça.

E assim foi. Numa final —assim como no México, novamente contra a Itália—, extremamente tensa e emocionante, decidida nos pênaltis, lá estávamos nós, colados na TV, ouvindo Galvão Bueno dizendo frases que se tornariam célebres como "Vai que é sua, Taffarel!" até o grito maravilhoso de "É tetra! É tetra! É tetra!", 24 anos depois do tricampeonato. E, nesse momento de extrema emoção, a Globo tocou o tema da vitória de Ayrton Senna. Não teve quem não chorasse.

Quem também estava assistindo a essa final no dia 17 de julho de 1994, em sua "primeira Copa do Mundo", era a garota Deborah Secco, de 14 anos, que já havia feito alguns trabalhos como atriz, inclusive na Globo. No mês seguinte à conquista do tetra, em agosto daquele ano, Deborah estreou como Carol na série "Confissões de Adolescente", na TV Cultura, sucesso tão grande que rendeu a ela o prêmio de revelação da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). Em 1995, com 15 anos já completos, ela foi contratada para a Rede Globo, onde está até hoje, numa carreira contínua de grandes trabalhos e novelas.

Corta para novembro de 2022, Copa no Qatar. Deborah Secco estreia como participante convidada do Tá na Copa, programa de futebol com pegada humorística no SporTV. Uma atriz conhecida, querida, competente, torcedora da seleção há 28 anos, participando de um programa do mesmo grupo onde ela trabalha há 27 anos. Qual o problema?

Para muita gente o "problema" foi a roupa que ela usou na estreia, camisa "croppada" e calça baixa, deixando a barriga de fora. Pois a roupa foi uma decisão conjunta (e acertadíssima) do departamento de figurino da emissora e da atriz. A ideia era vestir as mesmas cores escolhidas para os profissionais do esporte, mas de uma forma personalizada. Exatamente para deixar claro que não é uma jornalista ou comentarista esportiva, ela não veste o uniforme padrão.

"Ah, mas a roupa era muito sexy, ela queria lacrar". Era sexy, sim. Deborah é sexy. Sexy e belíssima, gata, linda de ver. E onde ela for vai ser linda, sexy e ela mesma. E, mais, ela não é a "ex" ou a atual de fulano ou beltrano. Ela é uma grande atriz. Ela é parte da nossa cultura. E, no programa, ela representa milhões de brasileiros, que amam assistir aos jogos da Copa e não são entendidos em futebol. Ela representa o espírito do povo brasileiro, que é livre, verdadeiro, aberto, sexy e que torce muito para o Brasil ganhar.

E para quem fica de marcação em cima da Deborah Secco, os fiscais de roupa, de sensualidade, de liberdade, fica aqui aquele recadinho: mira no hexa e não amola.