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Rosana Hermann

Felipe Neto, o maior Koo do Brasil

Desde que o aplicativo entrou em nossas vidas, regredimos mentalmente à pré-adolescência

Felipe Neto - @felipeneto no Instagram
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Os colegas adultos que me perdoem, mas não tem como falar dessa rede social sem gerar alguma piada de quinta série. Desde que o aplicativo indiano entrou em nossas vidas, regredimos mentalmente à pré-adolescência. Agora, todos os trocadilhos passam pelo nome Koo.

Os criadores logo entenderam o problema linguístico e fizeram uma enquete no Twitter para saber se nós, brasileiros, gostaríamos que a empresa trocasse o nome em nosso país. Evidentemente, o resultado da enquete foi pela manutenção do Koo. Imagine se perderíamos uma oportunidade de misturar duas coisas que amamos tanto: rede social e besteirol. Vitória do Koo.

Vitória principalmente do grande protagonista do aplicativo em nosso país, que foi do céu ao inferno e ao céu novamente em questão de três dias: Felipe Neto.

A história começou na quinta-feira (16), quando surgiram na timeline do Twitter, as primeiras notícias de que o app Koo havia se tornado o segundo maior microblog do mundo. Na sexta-feira (18), alguns perfis questionavam se o Koo poderia matar o Twitter. E, no sábado (19), aconteceu a revoada de brasileiros insatisfeitos com a gestão tresloucada de Elon Musk no Twitter: todo mundo resolveu abrir uma conta no Koo, entre eles, Felipe Neto.

Foi tudo muito rápido:

- Às 11h37 do sábado, Felipe postou no Twitter o link de seu perfil na rede indiana com a frase: "Tá aberto meu Koo pra quem quiser entrar". O print mostrava a foto de Felipe com três seguidores.

- Às 12h05, Felipe postou novamente no Twitter que seu objetivo era ter "o maior Koo do Brasil".

- Às 15h02, Felipe já avisava no Twitter que seu Koo estava "verificado" com um selinho amarelo ao lado do seu nome.

No sábado à noite, seu perfil no Koo já tinha 135 mil seguidores, e Felipe Neto foi dormir pensando se logo chegaria a 1 milhão.

No domingo (20), o Koo de Felipe Neto foi hackeado. O próprio perfil @kooindia no Twitter avisou que a conta de Felipe foi invadida. Felipe respondeu pedindo contato por DM.

Foi aquela correria. Centenas de milhares de brasileiros chegando no Koo, os indianos tentando resolver o problema do hackeamento da primeira conta verificada do Brasil, justamente de um dos influenciadores mais poderosos, perfis no Twitter e no Koo dizendo que o serviço não era seguro, Felipe avisando que os hackers sofreriam um processo, os invasores alegando que era só um teste de segurança. Foi o famoso dedo no Koo e gritaria.

O Koo resolveu o problema e devolveu o perfil para Felipe Neto, que já rumava para os 300 mil seguidores. Na sequência, Felipe faz um fio no Twitter, explica tudo o que aconteceu, relata sua conversa com os criadores do Koo, defende os indianos e diz que está tudo bem. Exatamente como nos filmes indianos de Bollywood, tudo termina em festa e alegria, e Felipe Neto ganha até uma arte de Marlon Thor como rei do Koo.

Publicação no Koo de Felipe Neto com ilustração de Marlon Thor - Reprodução

Na segunda-feira (21), Felipe chegou a meio milhão de seguidores e postou: "500 mil pessoas no meu koo! Eu estou sem palavras!! Completamente atolado de felicidade… Meu koo nunca mais será o mesmo. É um orgulho imenso ter o maior koo do Brasil!".

Diante do tsunami brasileiro, o Koo trocou o nome do perfil no Twitter de @kooindia para @kooforbrasil, incluiu a língua portuguesa no aplicativo, verificou centenas de perfis e não tem medido esforços para atender às nossas demandas. Claro que, como empresa, eles têm interesse em nosso imenso mercado, um dos mais ativos em redes sociais. Resta saber se eles vão descobrir, pelo bem ou pelo mal, outra característica famosa aqui da nossa terra: a de que o brasileiro adora um "fogo de palha" e, podemos, de repente, abandonar o Koo e continuar no Twitter reclamando da vida.

Por enquanto, o que sabemos é que as piadas não param, os twitteiros continuam entrando no app e o Felipe Neto é oficialmente, o maior Koo do Brasil.

Rosana Hermann

Rosana Hermann é jornalista, roteirista de TV desde 1983 e produtora de conteúdo.

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