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Quase todo mundo que conheço já teve um desespero no meio do date e pensou: "poxa, eu só queria transar". E, apesar de eu sempre colocar a conexão cabeça, coração e rabo como suprassumo, basta viver um pouco para saber que nem sempre acharemos um krush com quem essa conexão vai rolar.
E aí, quando essa conexão não acontece, pode tanto ser algo que dá para engolir (duplo sentido, por favor) ou, no pior dos casos, acaba sendo algo que te faz querer sumir.
Bom, tava no meio de uma reunião quando aparece o WhatsApp do amigo: "me ligue em 3 minutos e diga que eu preciso voltar correndo pro escritório, pelo amor de Deus". "Nemfu", respondi só por bullying amoroso, mas liguei em seguida.
O resgate do amigo no motel foi porque a krush apareceu coberta de um creme Victoria’s Secret de morango com sei lá o quê, que dava ânsia de vômito nele. Como ela não aceitou o convite para um banho, ele preferiu fugir que ferir os sentimentos dela.
Esse caso aumentou minha nóia com cheiros estranhos, então quando alguém oferece bala ou chicletes, aceito correndo com medo de estar com bafo. Mas não há medo maior que o esgoto oral da merda que vem de dentro, aquela que vem através de palavras e atos.
Enquanto meu amigo acionou o paraquedas, uma amiga minha pulou de cabeça: "Gastei quase R$ 200 de depilação e unha, deixei de sair com amigos, de ver minha série favorita… Ah, nem, pelo menos um orgasmo eu tinha que garantir", minha amiga contou rindo sobre o date com um alecrim dourado que falava tanta asneira que, para ela não broxar, se viu fazendo contorcionismo intelectual para evitar ou sair de certos assuntos. Aqui vale a famosa frase: "Calado é um poeta".
Você tá lá sem saber quando vai transar de novo, se no dia seguinte, no outro mês, ou daqui a séculos. E o krush falando que cortou o glúten, fazendo lista das alergias, empolgado com algum milionário escroto, NFT, bitcoin, Herbalife, tratando mal garçom, entregador, uber, ou descrevendo minuciosamente tretas do trabalho e falando mal de gente que você não conhece. É phoda...
Uma bomba de água vem em câmera lenta em direção ao fogo no rabo, você sente a broxada vindo a galope, daí bate medo do próximo date ser pior que esse. "Ô, meu pai, o que que custa? Deixa só uma vezinha, vai".
No entanto, para uma amiga minha custou algo: o krush cuja burrice ela decidiu ignorar uma vezinha teve a ousadia de esnobar ela; vê se pode, é chato e ainda se acha. Enquanto ela tinha dúvidas e dizia em sua cabeça: "quero dar, certo?", o krush e universo devem ter entendido: "quero dar certo".
Achava que o ápice do date cagado era quando dava aquele ímpeto de mandar um "cala a boca e chupa" quando a gravidade da asneira que a pessoa tá falando é ululante; ou quando você já tá com o pau quase na testa e o krush lá te fazendo de terapeuta; mas tenho amigos que passaram muito dessa linha.
Aliás, o bom do encontro cagado é que gera boas histórias, né? "Achei meu pau no lixo"; "Prefiro atear fogo na perereca que dar pra ele de novo"; "Onde é que eu tava com a cabeça? A de cima, porque a debaixo eu sei bem"; "Devo ter feito pole dance na cruz"; esses aforismos sempre me divertem, rs. Inclusive, fique à vontade para contar do date cagado e fazer outras confissões lá no meu Instagram @krishnamahon.
A Phoda Madrinha torce pra que você tenha a melhor conexão possível, com direito a orgasmo garantido, e que tenha valido todo o valor investido em depilação, motel e o escambau, ou o seu dinheiro de volta; mas torce principalmente para você não ser o krush mala que só pode ser um poeta se estiver calado. Dá um medo, né?...