Miss Brasil Carol Teixeira quer usar luta contra câncer para ajudar pessoas
Representante do Brasil disputa final do Miss Mundo 2021 nesta 5ª
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Na noite desta quinta (16), será a vez da brasiliense Caroline Teixeira, 24, defender o Brasil em mais uma competição de beleza. A jovem atleta, que é formada em direito, é a representante brasileira no Miss Mundo 2021, que acontece em San Juan, capital de Porto Rico. Ela conversou com exclusividade com a coluna, e disse estar ansiosa para o show.
"Estamos ensaiando bastante e tenho certeza de que a final será emocionante e linda para o público. Eu estou bastante ansiosa e, claro, com tantas provas e com um concurso tão longo, o resultado pode vir a ser surpreendente", conta.
Acostumada a desafios, Carol sempre teve o esporte presente na sua vida. Hoje, ela enfrenta as pistas quando corre maratonas, mas já havia experimentado as quadras desde bem novinho. A Miss Brasil começou a jogar basquete com apenas nove anos, e logo se destacou nos campeonatos. Entrou em um time profissional aos 14, o que lhe rendeu ainda um convite para jogar e estudar nos Estados Unidos.
Alguns anos mais tarde, no entanto, a modelo topou com outro desafio, desta vez um mais complicado. Em 2018, com 21 anos, ela descobriu que tinha um câncer na tireoide. Mesmo com o peso do diagnóstico, ela seguiu em frente com apoio da família e encontrou no esporte um amigo para superar a doença. Assim, Carol carrega consigo sua história e deseja inspirar as pessoas com seu exemplo de superação.
"Em uma das etapas preliminares aqui no concurso, notei que uma das entrevistadoras ficou impactada quando contei sobre como o esporte me auxiliou a superar esse câncer. Acredito que, ao compartilhar alguns aspectos importantes da minha jornada pessoal, como atleta e miss, que se dedica arduamente para desenvolver a força interior, com resiliência e determinação, posso incentivar pessoas a lutarem pelos seus sonhos. Espero que todos possam descobrir o quanto somos capazes quando nos esforçamos".
Desde que foi eleita, em agosto, em Brasília, Carol focou integralmente seus esforços em sua preparação para o Miss Mundo. Além de aulas de oratória, idiomas, passarela e provas de roupas, a jovem também aproveitou para cuidar do seu lado emocional. A miss teve o apoio de uma psicóloga para que fosse à etapa internacional pronta para alcançar a coroa.
"Ao contrário do que muita gente pensa e imagina, o preparo para estar aqui não vem de alguns meses de treino, e sim de uma vida inteira. O Miss Mundo valoriza quesitos que não se aprende rápido, mas que podem ser melhorados. Todas as candidatas possuem condições de ganhar o concurso e o que nos diferencia é justamente a experiência de vida".
O Brasil venceu o Miss Mundo apenas uma vez, em 1971, com a médica carioca Lúcia Petterle. Portanto, se Carol vencer nesta quinta, quebrará um jejum de 50 anos sem vitórias para o país. Esse objetivo não assusta a postulante e também não faz com que ela se desvie de seu real propósito de estar ali.
"Quero ajudar os outros a encontrarem sua própria verdade e a compreender, assim como eu, que a força necessária para ir atrás dos nossos sonhos está em cada um de nós. Juntos podemos iluminar caminhos e tornar o mundo um lugar mais justo e melhor", diz.
UM MÊS DE CONCURSO
Diferente do Miss Universo, que realiza todas as etapas em cerca de uma semana, o Miss Mundo tem duração de cerca de um mês. Para se ter uma ideia, a Miss Brasil embarcou rumo ao confinamento no dia 20 de novembro. Além disso, o grupo de candidatas é sempre enorme, tanto que este ano são 97 jovens dos quatro cantos do planeta disputando o trono.
No período, as misses cumprem uma agenda onde participam de uma série de atividades culturais, além de provas como talento, esporte, top model, multimídia, entrevista com júri técnico e a defesa de um projeto social desenvolvido por cada uma em seus países. Todas essas etapas valem pontos classificatórios, e ao longo do confinamento as meninas mais bem-sucedidas entram no grupo do primeiro corte, que é de 30 semifinalistas.
Especialistas em concursos de beleza costumam dizer, inclusive, que por conta dessas características do evento é muito difícil prever quem vence o Miss Mundo. Carol explica que as provas revelam candidatas fortes, mas ninguém sabe quais são todas as notas, e muitas que nem esperamos podem se classificar.
"Temos as campeãs de torcidas, oriundas de países que amam concursos de miss, temos também as meninas com inúmeros seguidores nas redes sociais, as mais extrovertidas que conquistam jurados, as que vão bem na prova esportiva… É até difícil dizer quem eu acho que está forte, pois o concurso é extenso e a cada dia temos uma miss que se destaca mais".
Ainda segundo ela, mesmo com tanta diversidade cultural, a longa convivência e a competitividade, o clima nos bastidores é de amizade.
"Quando se unem várias culturas é bem comum a presença de adversidades, mas nós estamos nos divertindo muito com tudo isso. Algumas das meninas são extremamente engraçadas, principalmente no jeito peculiar de falar. Conhecer misses de várias partes do mundo, com culturas e histórias de vida fantásticas é, de fato, um aprendizado. Realmente está sendo uma experiência que levarei por toda a vida", avalia.
"Lido bem com isso por conta da minha experiência como atleta e de ter morado em uma república muito nova. Saber dividir, compartilhar e trabalhar em equipe é estressante e bastante complicado para algumas meninas mas, para mim é normal e muito proveitoso", completa ela.
Assim como o Miss Universo, esta será a 70ª edição do concurso, e é a primeira vez que ele acontece em um país latino. A coroação será no palco do Coca-Cola Music Hall, na ilha caribenha, com transmissão internacional da Telemundo e no Brasil pelo serviço pago DirecTV GO. O show deve contar ainda com a presença de algumas das rainhas anteriores da franquia, que serão convidadas especiais.
A atual detentora do título de Miss Mundo é a jamaicana Toni-Ann, coroada em dezembro de 2019, em Londres. Na ocasião, a mineira Elis Miele, antecessora de Carol como Miss Brasil, deixou os fãs brasileiros em êxtase ao entrar no Top 5. Toni-Ann é a Miss Mundo que está há mais tempo no cargo, uma vez que a organização decidiu não realizar concurso em 2020 por causa da pandemia.