Foi em conversa dentro da casa do BBB 23, ainda com Fred Nicácio, que Domitila Barros, a mais recente eliminada do reality show da Globo, confessou admiração pelo trabalho da documentarista Susanna Lira e o sonho de ter uma produção sobre sua história assinada pela cineasta.

"Admiro muito o trabalho dela, ela faz uns documentários muito pica. Adoraria um dia ter um documentário em português sobre essa minha história toda, mostrando, falando tudinho com ela. Sabe aquele documentário do Adriano, o jogador de futebol? Pronto, foi ela que fez. Ela é muito sensível, muito boa, e é muito importante ter mulheres nesse posto."

Domitila sabe das coisas.

Susanna acabou de lançar no Festival É Tudo Verdade o filme "Nada Sobre Meu Pai", registro sensível de sua busca pelo pai, que não conheceu e de quem não tem sequer o nome verdadeiro, em uma bela viagem ao Equador.

Dedicado a todos que perderam pessoas em função das ditaduras na América Latina, o longa-metragem comoveu o público em exibições esta semana, no Rio e em São Paulo. O pai de Susanna era militante político quando conheceu a mãe dela e não usava seu nome real na ocasião, quando sugeriu que a namorada fizesse um aborto, antes de partir do Rio de Janeiro, em 1971.

Responsável pelas séries documentais biográficas sobre Walter Casagrande Jr. (GloboPlay) e Adriano Imperador (Paramount), Susanna lançou recentemente no GloboPlay outra produção bacana: a série "Jessie & Colombo", com base nas cartas de amor trocadas entre um casal preso por nove anos durante a ditadura, relação que acabou gerando uma filha, Leta, ainda na prisão.

Em São Paulo, a plateia da sessção que apresentou "Nada Sobre Meu Pai" contou com a própria Jessie, da série "Jessie & Colombo", e com parte das ex-presas políticas retratadas por Susanna no filme "Torre das Donzelas".

A saída de Domitila revoltou grande parcela do público que acompanha o BBB 23, já que ela era uma das favoritas para ganhar a competição.

"Quer dizer, Domi, que é mais fácil uma mulher preta brasileira ganhar o Miss Alemanha do que Big Brother?", perguntou-lhe Paulo Vieira no quadro Big Terapia. "É", ela respondeu ela, emendando seu conhecimento sobre o idioma alemão quando o entrevistador quis saber sobre a palavra que significa "ficar feliz pelo mal do outro".