TV vista em tempo real ainda lidera com folga consumo de vídeo em casa
Mas novo estudo de audiência mostra expressivo crescimento das TVs conectadas e avanço do streaming: confira dados
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A Kantar Ibope Media divulgou nesta terça-feira (7) os dados de 2022 de todo tipo de consumo de vídeo em casa, um termômetro relativamente recente alcançado graças a um aparelho conectado aos roteadores de residências com banda larga, cujos dados são cruzados com a mostra completa dos domicílios com TV.
Um índice que merece atenção é o crescimento das TVs conectadas, que saltaram de 34% em 2018 para 59% em 2022.
De forma geral, somando TVs, celulares, tablets e computadores, o consumo de vídeo residencial alcançou 99,6% da população mensurada pela Kantar, que só cobre as 15 regiões metropolitanas de maior consumo do Brasil e não tem moradores de favela na mostra.
Isso explica a alta aposta do mercado publicitário nesse formato de anúncio, com variação para todas as telas e plataformas. Em 2022, 68% de todo o investimento publicitário se deu em forma de vídeo –1 ponto percentual acima do ano anterior. Esse número sobe para 71% ao considerarmos as 10 marcas mais valiosas e para 74% no caso das dez marcas de bens de consumo mais escolhidas.
Entre todos os dispositivos analisados, como aparelhos de TV –conectados ou não–, smartphones, tablets e computadores, 78,7% do tempo do consumo domiciliar foram dedicados à televisão linear (TVs aberta e paga), que alinda lidera com folga o comportamento do público. Em 2022, o título mais visto no país foi a novela "Pantanal", da Globo.
As plataformas online somadas ficaram com 21,3%, com larga folga do YouTube (14,71% se considerarmos todos os aparelhos, uma fatia bastante relevante).
O televisor, seja conectado ou não, representa 90,4% do total de tempo consumido. Já os smartphones estão com 7,6%, desktops 1,6% e tablets 0,3%.
"Vivemos um momento de grande transformação da indústria de conteúdo e comunicação, com novos formatos se consolidando ou se ressignificando, tecnologias se popularizando e recentes padrões de consumo em alta", diz Adriana Favaro, diretora de Business Development da Kantar Ibope Media.
"A medição de audiência da Kantar IBOPE Media acompanha essas mudanças e hoje já temos a medição cross mídia, que analisa e reporta dados de consumo de vídeo em múltiplas plataformas e telas", conclui.
A TV linear consumiu, em 2022, 5h17min por dia assistindo do espectador, saldo que fica acima da média nacional nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (6h04min), São Paulo (5h39min) e Manaus (5h29min).
A Kantar também entregou este ano dados que mostram quanto tempo, em média, alguém aguenta ver o mesmo conteúdo sem mudar de canal, apontando uma consistência maior em relação ao passado: de 36 minutos em 2018 para 43 minutos em 2022. Isso indica que o zapping do espectador está menos acelerado.
O vídeo online alcança 31,8% da população brasileira em um único dia, valor que quase dobra no período de um mês (61,1%), e seu consumo é mais variado: 55% do total do tempo assistido se dá pela TV, enquanto 36% ocorrem por meio de smartphones.
PUBLICIDADE NO STREAMING
Outro ponto importante é que 56% dos brasileiros conectados que assinam algum serviço de streaming dizem estar dispostos a aceitar publicidade nas plataformas, se isso tornasse as assinaturas mais baratas. O índice é maior do que em mercados como Grã-Bretanha (53%), Argentina (48%) e Alemanha (44%).
Não foi à toa que a Netflix se mexeu para arrefecer seu custo de pacote popular com inserção de publicidade desde o ano passado.
O estudo mostra um substancial crescimento de audiência nas plataformas de streaming em dias de lançamentos muito aguardados, como "A Casa do Dragão", spin-off de "Game Of Thrones", que fez crescer em 54% o acesso à HBO Max na sua data de estreia. "Satranger Thins" elevou a audiência da Netflix em 25% no dia de estreia, e a transmissão de Brasil x Croácia pelo canal Cazé TV inflou em 19% o acesso ao Twich.
O Inside Video 2023 utiliza dados do Painel 2.0, tecnologia inovadora de medição de audiência que une informações do Focal Meter (FM), aparelho instalado no roteador dos domicílios para medir o tráfego de internet, e do peoplemeter DIB 6, que identifica a audiência de TV.