Diretor demitido pela Globo por assédio moral fala pela primeira vez sobre acusações de racismo
À coluna, Vinicius Coimbra reconhece erros estruturais, mas diz que busca combater segregação; Ministério Público do Trabalho apura responsabilidade da Globo
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Quase um ano depois de ser demitido pela Globo por assédio moral, rescisão ocorrida após investigações internas motivadas por denúncias de três atrizes que se sentiram vítimas de racismo nos bastidores da novela "Nos Tempos do Imperador", o diretor Vinicius Coimbra fala pela primeira vez sobre as acusações que pesaram sobre ele.
Procurado pela coluna quando se tornaram públicas as queixas formalizadas pelas atrizes Cinnara Leal, Dani Ornellas e Roberta Rodrigues ao departamento de Compliance da Globo, e também quando foi dispensado, Coimbra evitou se manifestar nas duas ocasiões. Na época, distribuiu apenas uma nota, dizendo que o elenco da novela tinha todo o seu respeito e que era a favor do diálogo.
Agora, concordou em falar por escrito, tendo respondido também a algumas réplicas feitas pela coluna a partir de suas primeiras respostas.
Coimbra lembra que a novela foi feita com "nervos à flor da pele", diante dos rígidos protocolos de Covid naquele reinício de atividades após a paralisação geral. Já com ampla frente de gravações concluídas, a produção foi "virada de cabeça para baixo" e passou por uma revisão geral, após exibir uma cena de racismo reverso achincalhada nas redes sociais, em que uma personagem branca se dizia segregada por negros.
Relata que durante a novela, diante das primeiras reivindicações, criou um grupo de conversas só com artistas negros para discutir suas demandas, e reconhece que errou ao isolar esses profissionais dos demais no debate em questão. Como todo branco que cresceu numa sociedade de privilégios, diz que está sob risco de cometer equívocos, mas se considera alguém em busca de aprendizado e de combate a segregações, o que pensa estar explícito também nas obras que já dirigiu para a Globo.
"Todos nós, pessoas brancas, historicamente privilegiadas, podemos ser racistas em algum momento, mesmo sem perceber. São revisões que precisam ser feitas", afirma.
Certo de que não era responsável por todas as reivindicações apresentadas pelas atrizes que levaram a denúncia de racismo ao Compliance, o diretor conta ainda que propôs ressarci-las proporcionalmente pela parcela que lhe caberia nos erros cometidos, mas não houve acordo. Ao mesmo tempo, diz desconfiar dos motivos que causaram sua demissão, mas não pode falar a respeito por compromisso de sigilo.
O diretor se pronuncia também a respeito dos prejuízos que o episódio lhe trouxe, morais e financeiros, com direito a ameaças até à família. "O tribunal da internet, das redes sociais, não está entre os mais justos", aponta.
Enquanto isso, está em andamento no Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) uma investigação para apurar a suposta prática de racismo contra atrizes da novela, como revelou a coluna Mônica Bergamo, da Folha, em julho de 2022.
A esta coluna, o MPT informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "a investigação está em curso, por ora sob sigilo". "Por enquanto, o que podemos informar é que estão sendo analisados documentos e depoimentos de testemunhas. Após esses procedimentos será ajuizada Ação Civil Pública."
Coimbra diz que não foi chamado a depor nem é processado por qualquer ação jurídica até o momento.
Procuradas pela coluna, duas das três atrizes se manifestaram por meio de seus advogados, e a TV Globo, por seu departamento de comunicação, com notas que a coluna publica ao final deste texto.
A seguir, a entrevista de Coimbra concedida à coluna por escrito.
O que houve nos bastidores de 'Nos Tempos do Imperador'?
Vinicius Coimbra - O que houve, a meu ver, foi uma mobilização. Como outras que acontecem em toda a sociedade, necessárias, pois seguimos enfrentando o racismo estrutural brasileiro. E, por conta destas mobilizações, muita coisa está mudando para melhor. No audiovisual, por exemplo, todas as produtoras, incluindo a Globo, hoje estimulam que se escale pelo menos metade do elenco com artistas negros e em papéis de destaque. Há efetiva preocupação com a representatividade de pessoas negras em todas as classes sociais.
As atrizes Roberta Rodrigues, Dani Ornellas e Cinnara Leal fizeram denúncias de que os artistas brancos eram privilegiados na distribuição dos camarins e em questões salariais, entre outras queixas. Isto procede? Você, inclusive, foi responsabilizado por algumas destas questões na mídia.
Coimbra - As atrizes não me responsabilizaram por estas questões, elas sabem como funciona uma novela. Elas foram bastante reservadas neste período e, também por isso, muita coisa foi publicada sem o devido embasamento. Parece que por desinformação, ou conveniência mesmo, houve a necessidade de personificar a crise em alguém, de dar um rosto a ela.
Explico então: a distribuição de camarins, definitivamente, não é atribuição do diretor artístico. Nem a ordem de caracterização na sala de maquiagem, no refeitório, a elaboração dos diversos protocolos de segurança e outros inúmeros procedimentos que envolvem a produção de uma novela. Enquanto os diretores conceituam artisticamente a obra, gravam as cenas, editam, sonorizam, supervisionam o roteiro de gravação e o orçamento, uma grande equipe (mais de 200 pessoas) trabalha em paralelo para a engrenagem funcionar.
De qualquer forma, quando os artistas me trouxeram estas queixas, levei-as aos departamentos responsáveis. Especificamente sobre os camarins, o que me foi explicado na época era que o critério de distribuição se relacionava com o número de cenas que determinado artista gravava naquele dia, a dificuldade de locomoção dos figurinos e a proximidade da porta do estúdio. Sobre a política salarial da empresa, como diretor artístico, não tinha nenhum acesso.
A novela foi criticada por veicular uma cena de racismo reverso. Como a Globo e você lidaram com isso?
Coimbra - Este é um ponto crucial, que precisa de contextualização. O que se configurou depois da estreia da novela foi uma conjuntura extremamente sensível. Estávamos fazendo uma obra que abordava temas complexos como a escravidão, e os artistas necessariamente experimentavam sentimentos difíceis ao interpretar seus personagens.
Soma-se a isso o fato de que estávamos gravando há mais de um ano durante a pandemia, com pessoas morrendo aos milhares diariamente pelo Brasil. Então, apesar dos protocolos de segurança, trabalhávamos à flor da pele.
Quando a cena citada foi ao ar, a obra foi bastante criticada e todos nós fomos impactados pela situação, a novela foi virada de cabeça para baixo. Por isso, tive conversas em privado com os artistas que estavam mais abalados --não somente os artistas negros-- para ouvi-los e debater com eles a melhor forma de passarmos por aquela crise.
Além disso, a Globo contratou uma nova supervisora de texto para ler toda a novela e sugerir mudanças nas cenas, mesmo as já gravadas. Então, para evitar outros equívocos, foi feito um grande esforço de produção nos dois meses que faltavam de gravação: os autores reescreveram várias cenas, regravamos, reeditamos, cortamos...
Quem foi a especialista contratada pela Globo para auxiliar na condução de questões sobre escravidão?
Eu achava que esse papel havia sido assumido pelo Nei Lopes no decorrer da novela.
Coimbra - Os autores são as melhores pessoas para responderem sobre o texto da novela. Na minha vivência, soube que o Nei Lopes tinha esta função desde o início de 2020 e a novela estreou em agosto de 2021. A especialista contratada posteriormente foi a Rosane Borges, que veio para agregar, de forma valiosa, com outros pontos de vista sobre a questão racial. Se me cabe alguma opinião, eu diria que as obras com temas assim complexos deveriam ser supervisionadas por um grupo diverso de especialistas. Porém, na novela, decidir sobre isso não estava ao meu alcance.
O fato de não haver alguém com esse perfil antes de a novela começar a ser gravada não demonstra que ainda estamos muito habituados a contar essa história sempre pela ótica da Casa Grande? Digo isso para chamar a atenção para o fato de uma indústria do tamanho da Globo ainda não estar, àquela altura, e após tantas novelas sobre o assunto, preparada para um outro olhar.
Da mesma forma, passamos anos vendo novela baiana sem nos darmos conta de que o protagonismo dessas produções sempre foi branco. Só em 2017 ('Segundo Sol') isso foi cobrado e passou a ser corrigido.
Coimbra - Uma observação: até onde sei, o Nei Lopes leu todos os capítulos e a sinopse antes da novela estrear, ainda durante as gravações, tecendo elogios e intervindo quando necessário. Quanto ao hábito de contar essas histórias pela ótica da Casa Grande, a meu ver não é um problema da indústria do audiovisual, mas da sociedade que, de modo geral, demora para reconhecer o atroz racismo estrutural brasileiro.
Você teve uma conversa em privado com artistas negros?
Coimbra - Sim. Na ocasião, entendia que eles estavam no olho do furacão por integrarem o elenco de uma novela que estava sendo considerada racista. Abri a conversa dizendo, entre outras coisas, que queria ouvi-los e servir de ponte entre eles e a empresa, para que tivessem suporte em meio àquela tormenta. Para debater, por exemplo, como poderíamos nos posicionar publicamente. Soube que a conversa foi gravada, portanto tudo que digo pode ser comprovado.
O grupo colocou, com razão, o incômodo daquela conversa ser somente com artistas negros. Expliquei que tinha me parecido o melhor formato para garantir tempo e privacidade a todos, mas entendi o incômodo e me comprometi a fazer uma reunião com todo o elenco. O que fiz alguns dias depois. De todo modo, nesta conversa com os artistas negros, ouvi por mais de duas horas relatos importantes sobre disparidades salariais, tratamento diferenciado nos bastidores, nos camarins, falta de apoio psicológico, queixas sobre o texto da novela, seus personagens etc. Foram falas sinceras e comovidas.
Que providências você tomou diante destes relatos?
Coimbra - Ao final da conversa, prometi aos artistas que levaria aquelas questões aos departamentos responsáveis da empresa. Eu não tinha competência institucional para apurar ou julgar o mérito dos relatos. Os departamentos me ouviram com muita atenção e se comprometeram em sanar os incômodos. Além disso, criei um grupo com os artistas negros e a supervisora de texto intitulado 'Diálogos', um canal direto para que pudessem trazer mais rapidamente qualquer problema nos bastidores, ou sugestões ao texto, caso quisessem, sem nenhuma obrigação.
Explico isso em mensagens no grupo. Naquele momento, tentei fazer o que estava ao meu alcance, tanto na esfera do que era minha responsabilidade quanto no que diz respeito a terceiros. Tenho inúmeras mensagens no grupo tentando conciliar e aliviar os desconfortos. Tentei cuidar dos artistas também através da obra, para que todos fossem felizes com seus personagens. Mas hoje entendo que errei ao ter uma conversa somente com artistas negros e também ao criar um grupo com eles.
O que para mim era um cuidado, para eles pode ter sido um incômodo. Pedi-lhes desculpas por isso durante a novela, algumas vezes. Os atos podem ser cometidos e sentidos de formas muito distintas, e isto deve ser absolutamente respeitado. Este deveria ser o grande aprendizado de todos nós.
Você acredita que foi racista em algum momento?
Coimbra - Existem graus diversos de racismo. Termos como 'neguinho', 'denegrir', 'mulato' ou 'doméstica' são racistas. Se você chama um amigo apelidado de 'Pelé', por ser negro, você está sendo racista. Todos nós, pessoas brancas, historicamente privilegiadas, podemos ser racistas em algum momento, mesmo sem perceber. São revisões que precisam ser feitas, de atitudes conscientes e inconscientes. Vivemos num sistema de privilégios herdado da época escravagista que favorece as pessoas brancas em prejuízo das pessoas negras há séculos. Se você se beneficia desse sistema, sem fazer nada para mudar, você está sendo racista.
Você se vê como beneficiário ou combatente deste sistema de privilégios?
Coimbra - Por ter nascido branco sou principalmente beneficiário, mas também busco ser combatente. Em minha carreira, tentei contribuir na luta contra o racismo através de atos que, na minha opinião, valem mais que palavras. Dirigi 'Lado a Lado', 'O Natal Perfeito' e 'Nos Tempos do Imperador', três produções com protagonistas negros. Nesta última, inclusive, partiu de mim a ideia de termos um protagonista negro. Sempre me envolvi, estive engajado no combate ao racismo, por convicção. Minhas obras, meus colegas de trabalho falam por mim e qualquer apuração da minha história mostra isso.
Mas hoje percebo que o nosso comprometimento tem de ser cada vez maior. Deve incluir o conhecimento do racismo no cotidiano, nas micro agressões, no racismo recreativo... Deve passar pelo entendimento do outro, pelo respeito ao lugar de fala e, acima de tudo, pelo empenho constante em ter atitudes antirracistas.
Por que, afinal, você foi desligado da Globo?
Coimbra - Na Globo aprendi a dirigir atores e a contar histórias, e eles sempre acreditaram em mim como artista. De minha parte, a relação com a empresa foi harmoniosa, em 23 anos nunca tive uma queixa no Compliance. Durante o evento em questão, inclusive, técnicos e artistas, negros e brancos, testemunharam em meu favor. Mas, por motivos confidenciais a que não tive acesso, fui desligado pelo que o departamento caracterizou como assédio moral. Foram, porém, explícitos em me dizer que não detectaram nenhuma prática racista de minha parte.
Você tentou uma aproximação com as atrizes após o desligamento?
Coimbra - Tentei dialogar e conciliar, antes, durante e depois do desligamento. Sigo aberto ao diálogo, com quem quer que seja, em qualquer ambiente.
Foi dito que você ofereceu uma reparação financeira para as atrizes. É verdade?
Coimbra - A ordem dos fatos foi a seguinte: após o ocorrido, fizemos uma aproximação com os advogados das atrizes buscando um espaço de escuta recíproca, para que pudéssemos depurar a parcela de responsabilidade que me era atribuída, separado daquilo que era endereçado a outros departamentos da empresa. Sempre fui a favor do diálogo para que pudéssemos nos entender, pois sempre prezei pelo bom relacionamento que tinha com as atrizes.
Entretanto, durante essa conversa, houve um pedido de reparação financeira, partindo deles, que estava além das minhas possibilidades. Dias depois, devolvemos uma contraproposta que julgamos proporcional à minha parcela de responsabilidade e condizente com a prática judicial brasileira no tema de dano moral. Tudo para tentar compor esse dano de relação, reconhecido por mim como existente e por eles como não intencional. Nossa contraproposta não foi aceita e há oito meses não temos mais contato.
Se você não sabe que fator levou a Globo a demiti-lo por assédio moral, por que concordou em ressarcir as atrizes de algum valor por ter cometido algum erro nesse sentido?
Coimbra - Concordei com o ressarcimento porque admito que cometi erros. Errei ao ter tido uma conversa somente com artistas negros e, na sequência, ao criar um grupo de mensagens com eles e a Rosane Borges. Meu propósito era debater e dar atenção ao grupo que considerei mais impactado pela crise, mas entendo e respeito que tenham se sentido mal com a situação, num momento sensível da novela.
Não quero fugir da responsabilidade da minha função, mas apenas no limite do que for proporcional e justo. Nesta conversa, por exemplo, nas duas horas de relatos, não havia nenhuma queixa direcionada a mim.
Sobre a empresa, posso supor mas não posso afirmar quais fatores levaram ao meu desligamento, por conta da política de confidencialidade.
Chegou a mim que você teria dito às atrizes que elas deveriam se dar por felizes com o que já tinham. Isso aconteceu?
Coimbra - Não, eu nunca disse isso a elas. Não creio que haja vilões nem beneficiados nesta história. Foram momentos muito difíceis para todos os envolvidos.
Você está respondendo a algum processo?
Coimbra - Não.
As atrizes Roberta Rodrigues e Dani Ornellas entraram com ação no MPT contra a Globo? Você foi chamado a depor?
Coimbra - Soube dessa suposta ação pela imprensa. Nunca fui chamado a depor.
Como ficou sua vida pessoal após o ocorrido?
Coimbra - Minha família, como um todo, foi bastante atingida pelos acontecimentos, isto foi o pior. Sofremos ameaças, prejuízos à saúde, morais, financeiros... O tribunal da internet, das redes sociais não está entre os mais justos. Mas acho que meu histórico, índole, propósitos, os amigos que ficaram e os novos vão nos ajudar a passar por essa. Tenho mensagens de apoio, inclusive de colegas negros, que guardarei para sempre.
Como está a sua vida profissional?
Coimbra - Infelizmente, algumas pessoas que não me conheciam acreditaram nas falsas notícias que foram publicadas. É mais fácil silenciar do que ouvir uma pessoa, evitar do que averiguar os fatos. Por isso, tive projetos cancelados e perdi trabalhos importantes. Por outro lado, muitas pessoas sabem quem eu sou e novas quiseram saber, a partir da minha disponibilidade.
Você tirou algo positivo de todo esse episódio?
Coimbra - Sinto que estou mais preparado, imbuído da experiência que passei. Estudei melhor o tema para compreender as questões envolvidas. Fiz cursos sobre racismo, vi séries, palestras, li livros, ouvi podcasts, conversei com pessoas... Há um vasto conteúdo para quem quer se informar. Uma sociedade mais justa passa, necessariamente, pela conscientização das pessoas.
OUTRO LADO
Procuradas, as atrizes Dani Ornellas e Roberta Rodrigues se manifestaram por meio de seus advogados. Após terem acesso aos trechos da entrevista em que Coimbra fala sobre os episódios que teriam resultado nas denúncias das atrizes, os advogados responderam à coluna a seguinte nota: "Nossa junta jurídica recebeu sua solicitação/ convite para entrevista à Folha de S. Paulo. Medidas Jurídicas estão sendo tomadas e no momento oportuno nos pronunciaremos."
"Subscrevem esta nota os advogados Djeff Amadeus, Lorena Martins, Gustavo Proença e Carol Bassin."
A atriz Cinnara Leal foi procurada por meio de outro escritório de advocacia, que não retornou às ligações, e por meio de Roberta e Dani. Não houve retorno até a conclusão deste texto, que se dispõe a contemplar sua manifestação, caso seja de sua vontade.
A Globo, por meio de sua assessoria de comunicação, pronunciou-se também por escrito com os seguintes argumentos: "Como você sabe, a Globo não comenta questões relacionadas a compliance nem expõe apurações de relatos recebidos por sua ouvidoria, em razão do sigilo garantido a todos os colaboradores em seu Código de Ética."
"Da mesma forma", segue o texto, "a empresa reitera que respeita a diversidade e repudia qualquer tipo de intolerância e preconceito. A fim de manter seu ambiente corporativo livre de discriminação, a empresa conta com um sistema de compliance atuante, com treinamentos de conscientização frequentes de seus colaboradores e um código de ética que proíbe a discriminação e pune severamente as violações apuradas.
Mas reconhecemos que, como ocorre em todos os segmentos da sociedade, há muito a avançar no caminho da diversidade, para além das rigorosas regras de compliance que praticamos no nosso dia a dia a esse respeito. Desde o mencionado episódio, temos aperfeiçoado nossos processos internos, buscando tratar de forma mais eficiente esta e outras temáticas sensíveis, garantindo que sua abordagem contribua para o avanço no caminho da diversidade, preservando a sensibilidade do público e de nossos colaboradores.
Este processo contínuo em busca de oportunidades de melhoria é possível em virtude da crença da Globo no permanente diálogo e na criação de mecanismos para intensificá-lo, especialmente com seus colaboradores, que desde 2021 estão engajados em treinamentos específicos sobre Diversidade e Inclusão e em grupos de afinidades de mulheres, negros e negras, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência para a promoção de ambientes cada vez mais inclusivos e representativos.
Através de iniciativas como essas, conduzidas pela área de Diversidade e Inclusão, criada em 2020, e que fazem parte da ampla política de diversidade da empresa, a Globo avança e aperfeiçoa seus processos internos, atenta sempre para as legítimas demandas que se apresentam, sem perder o foco nos princípios que constituem a sua essência."