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Descrição de chapéu Alalaô

Criticado nas redes sociais, Bocardi é defendido por Chico Pinheiro

Ex-titular das transmissões do Carnaval de SP conta quais orientações deu ao novato: 'Se inspire e enfie o pé'

Rodrigo Bocardi e Aline Midlej em visita à Fábrica do Samba em São Paulo: dupla comanda desfiles no lugar de Chico Pinheiro - Daniela Toviansky/Globo

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São Paulo

Chico Pinheiro experimentou nesta sexta-feira (17) a sensação de assistir do sofá, pela primeira vez em 20 anos, aos desfiles do Carnaval de São Paulo. À coluna, o jornalista, que deixou a Globo após cumprir esse mesmo expediente no Anhembi em 2022, em abril, admitiu que não conseguiu ver tudo, pois o sono bateu quando já era madrugada alta e ele não chegou a ver o dia raiar.

Ao despertar, no sábado, Chico acompanhou toda a repercussão sobre a performance de Rodrigo Bocardi, que o substituiu no comando dos desfiles do Grupo Especial de São Paulo, ao lado de Aline Midlej, também estreante na função. E conferiu também os ecos sobre os rasgados elogios do sucessor à sua performance.

"Achei uma graça, muito simpático. O Rodrigo foi muito carinhoso, muito gentil mesmo, e eu acho que ele e Aline se saíram muito bem", disse, rechaçando as críticas negativas ao jornalista nas redes sociais e as comparações com ele mesmo: "Cada um tem o seu estilo", justificou.

"Tem gente que só vai em rede social para atacar. Eu, quando comecei, não havia isso, então eu tive a oportunidade de ir ganhando experiência sem estar sujeito a rede social, mas o Carnaval é isso, a gente vai conhecendo e ganhando esse entendimento aos poucos. É como diz o samba da dona Ivone Lara: 'Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho, alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho'. Tem que pisar devagarinho."

"Tem que entrar no mundo do Carnaval", segue Chico. "Até entrar e viver esse mundo, leva um tempo."

O veterano gravou até um vídeo elogiando a nova dupla, publicado por Bocardi em seu Instagram e pelo próprio Chico em seu perfil no Twitter.

Antes do Carnaval, o mineiro foi procurado por Bocardi, num misto de pedido de bênção e de orientações para encarar a função.

"Eu disse a ele que quando chega 3h, 4h da manhã é a hora que mais bate o sono. Você imagina então que tem gente chegando em casa naquele horário e você tem que estar no pique. O normal é começar com muito gás e ir caindo, mas às 4h, a energia está indo embora e tem que retomar com tudo. Então eu saía do estúdio, ia tomar uma água, um café e voltava com tudo."

Chico comentou também que tem orgulho do time de comentaristas que criou em seus anos à frente das transmissões, presente nas estreias de Bocardi e Midlej.

Diz que é impossível beber uma só cerveja durante as transmissões e que petiscava a madrugada toda. "Tinha gente que dizia: 'Esse cara está bêbado, mas se você beber uma dose, um copo de cerveja, não aguenta até de manhã. Mas também eu chegava em casa lá pelas 10h e não conseguia dormir, porque o barulho ficava ainda presente", conta.

A Bocardi, aconselhou também que iniciasse uma semana antes o processo de inversão do fuso horário, para aguentar o expediente a madrugada toda. "Se não, o Japão te pega", brinca, citando a diferença de horário de trabalho em 12 horas. Para tanto, ele se afastava do Bom Dia Brasil a semana toda.

"Falei com ele antes do Carnaval. Eu disse: 'Rodrigo, se inspire e enfie o pé. Vai com força, vai dar certo'. E avisei que quando chega 4 horas, o cansaço físico e mental é enorme, e os ouvidos estão queimando, não só pelo som da avenida, mas pelo fone que fica ligado na transmissão."

"A cobertura em si é relativamente fácil, você sabe o que vai acontecer na avenida, não tem problema de informação, o problema é o emocional, o mental, o cansaço bate. Já fiz Carnaval com 16 câmeras, e a gente tem que ficar ligado no monitor da transmissão para narrar exatamente em cima da imagem que o telespectador está vendo. O que importa é o que está no ar."