Guilherme de Pádua, que assassinou Daniella Perez com 18 tesouradas na região do coração, aos 22 anos, morreu aos 53, de infarto fulminante, no dia 6 de novembro, mesma data em que estreou "Explode Coração". A novela marcou a volta de Glória Perez ao trabalho três anos após a perda trágica da filha, em 28 de dezembro de 1992.

A associação de datas com referências ao músculo cardíaco rapidamente incendiou o Twitter no final da noite deste domingo, 6 de novembro, quando se anunciou a morte do ex-ator da Globo, condenado pela morte da ex-colega de elenco na novela "De Corpo e Alma".

Outra coincidência diz respeito ao argumento central de "De Corpo e Alma", que se baseava em um transplante de coração a que era submetida a personagem de Cristiana Oliveira, atriz que estreava na Globo após o sucesso como Juma em "Pantanal", na extinta Rede Manchete.

Ainda faltam 22 dias para o aniversário de 30 anos do crime, mas a efeméride já foi marcada pela exibição e larga repercussão da série documental "Pacto Brutal", sobre o crime, em julho passado, na HBO Max.

Pádua se queixava de não ter sido ouvido pela produção, o que foi uma decisão consciente dos diretores Tatiana Issa e Guto Barra.

A própria Glória Perez havia pedido que nem Pádua nem Paula Thomaz, sua ex-mulher e também condenada pelo crime, fossem ouvidos, até porque eles nunca tentaram se desculpar pelo episódio. Todas as vezes em que ele falou sobre o assunto, tentou imputar à vítima alguma culpa sobre o assassinato.

Pádua entrou na novela, como foi lembrado por Alexandre Frota no documentário, por falta de opção para o papel de Bira, personagem que perdia Yasmin, a mocinha vivida por Daniella, para outro. Revoltado com a redução de sua participação na história, o ator planejou o crime, ao lado da mulher, como mostraram as investigações sobre o caso, todas narradas no documentário.

O ex-ator cumpriu 9 dos 19 anos de prisão a que foi condenado, tendo se ordenado pastor da Igreja Batista em 2017, quando se casou de novo. Pádua era entusiasta da reeleição de Jair Bolsonaro à presidência e declarou voto no candidato derrotado por Lula em várias ocasiões, inclusive corroborando discursos impróprios para a pandemia.

Atualmente, Glória assina a novela "Travessia", em cartaz no horário nobre da Globo. Um longo depoimento da autora costura os cinco episódios da série "Pacto Brutal".