O apresentador do telejornal da Globo NE1, Pedro Lins Filho, foi alvo de racismo na noite de quarta-feira (25). O jornalista denunciou o ato em sua conta no Twitter: “E ainda tem uma galera que diz que racismo não existe. Ouvi agora, hoje à noite: ‘fala com quem da globo para parar de colocar vocês pretinhos para apresentar jornal?’”

Em seu Instagram, ele publicou um vídeo em que comenta o episódio: "Tô compartilhando isso aqui para dizer a você que também passa por isso que você não está sozinho. E aproveitar para dizer também para essa pessoa racista: sorte? Não, amor. Aqui tem muito trabalho, muita força, muito estudo, muito foco e muita competência”.

Mais de 3 mil colegas e seguidores comentaram as publicações, em solidariedade ao apresentador. Entre as mensagens, jornalistas e influenciadores negros reconheceram o talento de Lins em seu trabalho e seu direito de ocupar o espaço em que atua. Outros seguidores falaram sobre o quanto pessoas negras em destaque incomodam àqueles que têm preconceito.

Outros jornalistas negros já sofreram racismo, dentro e fora do trabalho.

A TV nunca esteve tão atenta à necessária presença de negros na tela, mas ainda falta muito para alcançar a representatividade necessária. Pretos e pardos são 54% da população brasileira, maioria que até hoje se vê mal espelhada na TV.

Mas o movimento do público, principalmente nas redes sociais, fez nascer uma pressão do mercado publicitário para aumentar o número de negros em todos os postos do audiovisual, inclusive na linha de frente dos telejornais.

Além de abrir espaço para Maju Coutinho no comando do Jornal Hoje, a Globo acaba de inserir Aline Midlej no rodízio da bancada do JN. Além disso, um novo homem do tempo está sendo preparado para fazer a previsão na Globo SP, o repórter Marcelo Pereira, como anunciou o site Notícias da TV.