A maternidade nos transforma em seres humanos melhores
Ninguém precisa ser mãe para ser bacana, mas ter filhos ajuda
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Eu fui uma jovem ansiosa e melodramática. Sofria a cada fim de relacionamento frustrado como se o mundo estivesse acabando. Tinha falhas na autoestima. Pesadelos e insônia me acompanharam por algum tempo.
Embora eu quisesse mudar o mundo e trabalhasse muito para isso, era tomada, muitas vezes, por um desânimo interno que me fazia acreditar não haver mudança possível ao ser humano quando se mostrava mesquinho.
Até que me tornei mãe. E vi alterações enormes ocorrerem na minha personalidade. Não que, se não fosse mãe, eu não poderia evoluir, mas acredito que a maternidade nos faz melhores.
Eu, que sempre comi bem, dada a herança indígena-nordestina-cozinheira de minha mãe, passei a comer ainda melhor. Eu, que vivi a adolescência em uma comunidade católica fazendo diversas campanhas e ações para atendimento da população carente, tenho hoje outro olhar transformador em busca da justiça social.
Mas o que mais mudou em mim foi o controle da ansiedade. Meu coração, que disparava com facilidade a cada novo fato, querendo ver tudo resolvido no minuto seguinte, aprendeu a acalmar e a apreciar a vida enquanto esperava por 40 semanas por cada uma de minhas filhas.
As gravidezes foram as responsáveis pelas primeiras grandes mudanças. Ter um novo ser humano crescendo dentro de mim, dependendo da forma como eu cuidava do meu corpo para ter saúde, me fez ser muito mais cuidadosa com a alimentação e a autoestima.
Depois da maternidade, diminuí também a minha vaidade. Sou mãe de duas meninas e acredito que elas precisam cultivar mais a mente do que cultuar o corpo. Eu, que era conhecida como Barbie, aprendi que ser apenas uma bela imagem não é caminho para nada nesta vida.
Acredito que ninguém precisa ser mãe para evoluir como ser humano, mas vejo a maternidade como um portal transformador do mundo. E acho que não devemos perder essa oportunidade. Cuidar, amar, ter resiliência e escolher bem as batalhas são atitudes da pequena revolução que fazemos todos os dias em nossas vidas e na vida de nossos filhos.
Documentário aborda relação da criança com a natureza
A importância da relação da criança com a natureza e a forma como o ser humano pode se desenvolver ainda mais se houver essa ligação e estímulo estão no documentário “O Começo da Vida 2: Lá Fora”, idealizado e produzido pela Maria Farinha Filmes e dirigido por Renata Terra.
A discussão sobre ocuparmos os espaços que vão além do concreto fica ainda mais forte na pandemia. O filme tem lançamento global marcado nesta quinta (12). No Brasil, estará disponível na Netflix, iTunes, Google Play, Youtube, Videocamp, Net Now e Vivo Play.