#SalveBelParaMeninas levanta debate sobre maternidade na internet
Exposição nas redes sociais pode inspirar ou transformar em show de horrores
O assunto da semana no mundo dos influenciadores digitais infantis e de maternidade foi a hashtag #SalveBelParaMeninas. Criada em uma rede social com o intuito de “salvar” uma garota das atitudes de sua mãe, a campanha questiona a forma como a adolescente de 13 anos é exposta em vídeos nas redes sociais.
O caso está sendo investigado pelo Ministério Público. O Conselho Tutelar, inclusive, já esteve na casa da família, que se posicionou na internet. Em vídeo, a mãe da jovem diz que as informações são falsas e que a campanha é “covarde e agressiva”.
O pai afirma que a família leva uma “vida normal e comum a todas as famílias bem constituídas e tranquilas do nosso país”. Não cabe a nós discutirmos se há ilegalidade no que ocorre, isso é papel do Judiciário.
Mas é sempre bom pararmos para refletir sobre a exposição da vida nas redes sociais. E sobre o papel da comunicação feita de forma aleatória, sem regulação e apenas para ganhar dinheiro.
A fórmula na internet tem sido comum. Famílias de classe média com membros comunicativos começam a expor suas vidas em redes sociais e, dessa forma, passam a ganhar dinheiro. Chega-se ao ponto de profissionalizar a atividade, com pais e mães vivendo do talento dos filhos.
Essa realidade sempre existiu. Seja no mundo do futebol, no da moda ou na TV, mas, agora, com as redes sociais, tem se tornado o novo normal. Nosso papel aqui é refletir sobre o quanto podemos expor nossos filhos e quando essa exposição não está sendo bacana.
Talvez algumas mães não entendam que determinadas atitudes são depreciativas ou apenas acreditem que pais e mães podem fazer qualquer tipo de coisa com seus filhos. Ou, ainda, tudo nas redes não passa de teatro.
Não dá para fugir da vida na internet, mas também não é bacana levar uma vida na qual vale tudo por cliques e curtidas. Por isso, leis que protegem a infância são importantes e bom senso nas redes também.