Lázaro Ramos celebra sotaque em 'As Verdades' e diz que neutralização o 'intriga'
Com Bianca Bin, filme investiga crime contra político sob diversas óticas
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O filme "As Verdades" chega aos cinemas na quinta-feira (30) com uma trama de suspense e mistério que se passa na cidade de Itacaré, no litoral da Bahia. "É um filme de muitas camadas", antecipa Lázaro Ramos em bate-papo com a imprensa, do qual o F5 participou.
O ator dá vida ao policial Josué, que tenta resolver um crime cometido contra o político Valmir (Zé Carlos Machado). Ao longo da trama, ele ouve as histórias de Cícero (Thomás Aquino), um matador de aluguel, Francisca (Bianca Bin), uma antiga paixão e noiva do político, e a do próprio Valmir. Lázaro celebrou que o público possa conhecer uma região menos explorada de seu estado natal e ainda pontuou a importância de trazer o sotaque baiano para o filme.
"Quando se fala em sotaque, parece ser tudo o que não é Rio de Janeiro ou São Paulo. É como se o retrato humano fosse apenas um sotaque, e cariocas e paulistas não têm. Isso me intriga", afirmou. O assunto ganhou grandes proporções recentemente nas redes sociais após Juliette Freire, 32, contar que deixou um projeto que pedia menos de seu sotaque nordestino.
A atriz Edvana Carvalho, também parte do elenco, acrescentou ao dizer que "é um descabimento não querer aceitar todos os sotaques do Brasil no cinema nacional". Thomás Aquino relembrou ainda de uma experiência pessoal, quando decidiu fazer um curso de dublagem em São Paulo e foi cortado pela neutralização dos sotaques. "O que é um sotaque neutro? É necessário retirar uma origem?", questionou.
Além da riqueza em sotaques, o filme também aborda as várias violências que as mulheres sofrem ao longo da vida –desde o abuso sexual até a violência verbal, além de tratar da prostituição. Para Edvana, o filme consegue trazer um debate que "a sociedade faz questão de silenciar."
Bianca Bin diz que a história de sua personagem, apesar de muito marcada pela violência, pode trazer uma esperança para mulheres que vivem em um ambiente machista e violento. "Minha personagem foi uma criança violentada, teve uma família desajustada, foi órfã do pai aos oito anos. Isso a torna uma mulher completamente insegura e vulnerável, mas ela percebe que não é um homem que irá salvá-la."
O filme foi gravado em 18 dias com direção de José Eduardo Belmonte e produção de Caio e Fabiano Gullane. Além de Lázaro Ramos, Bianca Bin, Thomás Aquino, Edvana Carvalho e Zé Carlos Machado, a atriz Drica Moraes também está no elenco.