Atores de 'Elite' dão detalhes da 4ª temporada: 'Surtamos lendo roteiro'
Elenco antigo estará em minisséries inéditas com histórias paralelas
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Sucesso com sua mistura de dramas escolares e espiadinha na vida da alta sociedade, a série espanhola "Elite" volta para sua quarta temporada a partir de sexta-feira (18) na Netflix. Antes, no entanto, o serviço de streaming tenta aproveitar ainda mais o engajamento do público.
A partir desta segunda-feira (14), serão lançadas quatro minisséries (cada uma com três episódios de cerca de 10 a 15 minutos) mostrando ângulos novos dos personagens da série. Alguns são histórias paralelas à da trama principal, enquanto outros fecham tramas que estavam mal-resolvidas.
A estreia de "Elite - Histórias Breves" é uma narrativa centrada nos personagens Guzmán, Cayetana e Rebeka, interpretados respectivamente por Miguel Bernardeau, Georgina Amorós e Claudia Salas. Com exclusividade, o F5 conversou com o trio sobre a minissérie e como estarão seus personagens na nova temporada.
"As pessoas vão apertar o play e ficar olhando como se dissessem: 'Não estou entendendo'", confessa Bernardeau sobre a trama da minissérie. "É um episódio incrível, mas você pensa o tempo todo: 'E agora?'. Eu surtei lendo os roteiros, ficava o tempo todo dizendo: 'Quê? Quê? Quê?'."
Na trama, Rebeka chama os amigos para uma festinha na nova casa dela. Os três comem um bolo turbinado com drogas e ficam totalmente chapados. No meio disso, a anfitriã descobre, da pior forma, que a mãe (uma ex-traficante) pode não ter cumprido a promessa de se manter longe de novos problemas.
"Para mim, é realmente muito engraçado tirar o Guzmán do drama, porque ele é sempre um dos elementos mais dramáticos da série", comemora Bernardeau. "Quando os outros estão festejando, ele fica em casa chorando, então colocá-lo em uma chave de comédia com essas duas grandes atrizes foi muito bom."
Georgina Amorós concorda com o colega. "É verdade que é um capítulo muito especial e esquisito dentro do universo 'Elite'", avalia. "Vamos ver como o público e os fãs vão recebê-lo. Porém, o tanto que nos divertimos já fez valer à pena qualquer coisa que vier a seguir. Foi a filmagem mais engraçada das nossas vidas e o diretor nos deu total liberdade para improvisar. Em algumas cenas, não conseguíamos parar de rir."
Já Claudia Salas diz que se divertiu tanto que não se importaria de ter que fazer mais. "Às vezes nas gravações atrasa tudo e falam que vão precisar de mais horas ou dias, mas você já está cansada de fazer tantas cenas noturnas com frio e sono, mas eu não me importei", afirma.
"Se você quiser ficamos mais, não tem problema. Esse era o clima. Foi muito confortável. Todos os elementos estavam a favor para que a filmagem se tornasse inesquecível para mim."
Os três atores são da geração que permanece na série após alguns colegas deixarem a produção na terceira temporada. É o caso de nomes importantes na trama, como Carla (Ester Expósito), Lucrecia (Danna Paola) e Nadia (Mina El Hammani).
"No começo foi difícil filmar de novo, parecia faltava algo", confessa Salas. "Você passava pelos mesmos corredores e não via mais aquelas pessoas. Foi uma espécie de adaptação a esse novo universo."
"Foi muito nostálgico, mas a série continua e outras pessoas muito boas entraram também, trazendo uma energia nova e isso é sempre bom", lembra Bernardeau. "O bom é que já somos praticamente uma família, então mesmo não trabalhando juntos, nos vemos fora", completa Amorós. "E isso é algo que ficará para sempre."
Sem estar estudando no exclusivíssimo colégio de Las Ecinas, Nadia ainda aparece em alguns episódios. No final da terceira temporada, a personagem ganha uma bolsa e se muda para Nova York, mas vai tentar manter um relacionamento à distância com Guzmán.
"Nenhum dos dois sabe como administrar esse relacionamento", adianta Bernardeau. "Ela é uma pessoa muito importante para ele. É a primeira pessoa que o pegou pela mão e deu carinho e segurança para ele se tornar quem queria ser."
Esse desencontro entre os dois vai acabar afetando Guzmán de um jeito não tão positivo. "Ele acaba não seguindo aquele caminho para se tornar uma pessoa melhor, de se abrir, ser mais honesto e sensível", diz. "Acho interessante porque as séries sempre têm personagens que acabam como em um conto de fadas, no qual tudo fica bem, e nem sempre é assim. A realidade nunca é assim."
Tentando tirar vantagem, o personagem também vai se aproximar de Ari (Carla Díaz), a filha do novo diretor. "Mas ele não a ama como amava Nadia", avalia. "Ele a ama de uma maneira muito diferente."
Mesmo assim, isso vai lhe trazer conflitos com o amigo Samuel (Itzan Escamilla), que também disputa o coração da novata. "Guzmán e Samuel têm uma relação muito mais forte entre si do que Ari consegue romper", diz Bernardeau. "Acontece que eles ainda não sabem disso, suponho que ainda não tiveram tempo de racionalizar o amor um pelo outro."
Sobre a nova colega, ele diz que foi muito fácil trabalhar com Carla Díaz (não confundir com a atriz e ex-Big Brother brasileira). "Ela já tinha muita experiência e chegou ao projeto com muita vontade", conta. "É sempre divertido trabalhar com quem traz propostas. Sou uma pessoa que adora experimentar e ela também. Nos divertimos muito."
Por sua vez, Cayetana vai encarnar um pouco o perfil de Cinderela na quarta temporada. Após perder o namorado, Polo (Álvaro Rico), ela começa a nova leva de episódios como faxineira da escola. Porém, vai acabar encantando Phillipe (Pol Granch), um príncipe que chega para estudar em Las Encinas.
"Duas partes dentro dela entrarão em conflito", adianta Amorós. "Cayetana está tentando se aceitar. Com o enterro do Polo, é como se ele enterrasse também as máscaras e as mentiras. Quando a temporada começa, ela está neste caminho de se admitir e, de repente, aparece esse príncipe."
"Ela é uma pessoa que costuma estar nas nuvens, é muito sonhadora", avalia a atriz. "Então, por um lado ela quer falar com esse príncipe, de quem é um pouco fã e, por outro lado, ela não quer que esse sonho e essa fantasia turvem sua visão."
Mesmo com o envolvimento dos dois personagens, Amorós diz que nem tudo será como um conto de fadas. "Vai ser um pouco como a própria vida, com partes mais bonitas e menos bonitas", afirma. "Philippe é um personagem muito complexo. De uma forma diferente da Cayetana, ele tem muitas máscaras. Ele tem muitos segredos que a Cayetana vai descobrir. E alguns deles, acho que ela teria preferido não saber."
A atriz se diz empolgada com a trajetória da personagem, que começou fingindo ser mais uma ricaça do colégio, até todos descobrirem que ela era filha da faxineira. "A evolução do personagem é muito bonita", afirma. "Nesta temporada, ela vai reagir de uma forma que não tinha reagido antes, se colocando à frente dos outros pela primeira vez. Vai ser uma jornada muito boa."
Sobre o parceiro Pol Granch, que é cantor e faz sua estreia na dramaturgia, ela é só elogios. "Ele é uma estrela, tem um ímã", afirma. "O personagem que ele criou tem uma coisa ambígua, é muito sutil e, como espectador, você fica sempre esperando para ver o que descobre. E pessoalmente ele é hilário."
Enquanto isso, Claudia Salas começa a temporada com Rebeka ainda tentando se recuperar da traição de Samuel, com quem estava envolvida emocionalmente. "Ela começa com uma ferida que ainda está muito aberta e não cicatrizada."
"Ele era uma pessoa em quem ela confiava e com quem queria começar a construir algo, mas que de certa forma a apunhalou por trás. Foi uma dor muito grande", avalia. "Ela está tentando se convencer de que está avançando e que está tudo bem, que ela se superou, mas quando tocam nesse ponto, tudo desmorona de novo."
"É o momento em que vemos a personagem mais vulnerável até agora", diz Salas. "Essa parte de interpretá-la de outro ponto de vista tem sido muito interessante. É um desafio e o resultado ficou aceitável."
As coisas vão ficar mais confusas com a chegada de Mencía (Martina Cariddi), também filha do novo diretor e que se mostra interessada por Rebeka desde o primeiro momento. Salas afirma que está muito feliz com a forma como o relacionamento entre as duas será mostrada.
Na terceira temporada, a personagem já havia confessado que ocasionalmente sentia atração por meninas. Salas conta que o desenvolvimento da trama da forma que ela será mostrada na quarta temporada se deu por sugestão dela própria.
"Na verdade, foi uma proposta muito bem acolhida pelos criadores e roteiristas", afirma. "Eu propus contar essa história direito, com uma nova personagem por quem ela realmente estivesse a fim. Afinal, é uma forma de tornar visível uma relação que não havia aparecido até então na série e, também, de dedicar espaço para poder contar bem essa história, a partir da verdade.
"E a maneira como a narrativa se desenvolve me pareceu muito acertada porque fala do jeito como deveria ser sempre, sem fazer disso um evento", comemora. "Por que fazem um evento pelo fato de alguém estar com uma pessoa do mesmo sexo? Para ela, o dilema e o conflito surgem mais pelo fato de ela ter sido machucada uma vez e não querer que o façam de novo."
Salas diz ter se divertido nas gravações com Martina Cariddi. "Desde o primeiro momento nos demos muito bem, nos conectamos muito", revela. "O nome da minha irmã mais nova é Martina, então falei logo para ela que não tinha como não gostar."
Ela também diz que tentou ajudar ao máximo a novata, que está em um de seus primeiros grandes projetos. "Se a via nervosa, tentava protegê-la, cuidar dela e tranquilizá-la", afirma. "Se no dia seguinte nós tínhamos uma sequência mais difícil, a gente se ligava para passar o texto e ver o que cada uma achava. A verdade é que é um prazer poder trabalhar assim."