Cissa Guimarães diz que não aceitou bem explicação da Globo sobre sua saída
Atriz conta que alegaram 'questões financeiras', mas estranhou: 'Patrícia Poeta ganhava três vezes mais e ficou'
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Cissa Guimarães, 65, anda com a agenda movimentada. Corre pra lá, corre pra cá, planeja a programação infantil com os netos (um menino e duas meninas), ao mesmo tempo em que estuda alguns textos e organiza os compromissos da semana. Ela dá boas risadas ao falar de sua rotina, e vai contando as novidades.
A principal delas é o retorno à atuação. "A minha primeira profissão é atriz", reforça a também apresentadora, que esteve na equipe do finado Video Show por mais de 15 anos e na última década comandou diferentes programas na Globo.
Com mais de 40 anos de carreira, Cissa se empolga ao falar da estreia em séries. Revela ao F5 ter ficado surpresa com sua saída da emissora carioca e também que foi convidada a apresentar um programa diário ("Mistura de Encontro e Mais Você") na Band, no ano passado, mas não fechou nada. Por enquanto. "Essa história ainda está guardadinha", confidencia.
Empolgada com o que define como um "recomeço'", Cissa quer novos convites, mas não esconde que pretende analisar bem antes de um possível "sim". "A única coisa que eu quero na minha idade, com filhos e netos, é poder fazer as coisas em que acredito. Os boletos chegam, preciso pagar, claro, mas tenho que ter prazer em trabalhar". Leia entrevista a seguir:
"Salve Jorge" (2012) foi a sua última novela. Foram 10 anos longe da teledramaturgia e agora você volta com duas séries...
(interrompendo) A minha primeira profissão é atriz. Eu sou atriz e mesmo trabalhando como apresentadora ao longo desses anos, não deixei o palco. Fiquei nove anos com a peça "Doidas e Santas" e queria mesmo voltar fazer novelas. Amo e até confesso que estava um pouco triste em não poder trabalhar em uma novela.
Série é mesmo diferente de novela? Sentiu isso?
É completamente diferente (risos). Linguagem, direção, posicionamento da câmera... No início, fiquei assustada. Bateu insegurança e até medo. A alegria de voltar a um set de gravação fez com que aquela sementinha da atriz crescesse rapidamente e tudo foi muito mágico. E olha que eu estava pensando em tirar um ano sabático, aí aconteceu essa reviravolta toda na minha vida.
Como assim?
Me desliguei da Globo no final de outubro e fiquei bem chateada. Pensei em ficar quietinha no meu canto, curtindo um período sabático e aí o José Junior (fundador do AfroReggae) me convidou para gravar 'A Divisão" (quarta temporada ainda inédita no Globoplay). A primeira resposta foi não (risos). Só que ele insistiu e aceitei. Interpreto uma juíza muito rigorosa, que tem o filho sequestrado.
É um personagem diferente na sua carreira?
Com certeza. Margareth Rosenbaum é inspirada na juíza Patrícia Acioli, que foi assassinada em 2011 por milicianos que estavam sendo julgados por ela. É uma personagem tem um conflito muito interessante entre o que está dentro da lei e o que é preciso fazer para salvar o seu filho. Para mim, que sou uma pessoa mais do humor, é um desafio enorme. Me tira completamente do lugar.
Ficou surpresa ao não ter o contrato renovado com a Globo?
Foi uma surpresa. O meu contrato estava acabando e jurava que ia ser renovado. Quando fui chamada para conversar... Na hora, eu senti. É horrível, mas pelo andar da conversa, a gente saca. Tomei um susto. Não entendi nada porque me sentia à vontade no programa e acreditava que o público gostava de mim.
Qual foi o motivo alegado pela emissora?
Alegaram questões financeiras, mas não poderia ser porque a Patrícia Poeta ganhava três vezes mais do que eu e ficou. Continua lá. O André Marques também ganhava mais, continuou, mas depois saiu. Enfim. Fiquei triste, mas acredito muito que temos ciclos que são fechados para outros se abrirem.
Ficou alguma mágoa ou ressentimento?
Nenhuma. Zero mágoa porque foram 46 anos de Globo. Por Deus. Tive uma relação excelente e só tenho gratidão.
É verdade que você recebeu um convite da Band?
Recebi. A direção da Band me ligou para apresentar um programa estilo mistura de Encontro e Mais Você lá em São Paulo. Era uma atração diária com não sei quantas horas no ar. Chegamos a conversar e foram meses de negociações, mas não rolou. O Faustão chegou a me ligar, o convite partiu dele, que me pediu para esperar: 'Não aceita nada'. Segurei até onde pude, mas aí vieram os convites das séries. Outro dia mesmo conversei com o Fausto e ele me falou que a ideia não está totalmente descartada. Essa história da Bandeirantes ainda está guardadinha.
Você falou que se sente renovada como atriz, mas também tem uma esperança em ser apresentadora da Band. Você tem outros projetos em vista?
Eu quero mais convites para trabalhar como atriz. Na verdade, quero fazer tudo (risos) porque estou super motivada. Vou voltar com a peça 'Doidas e Santas', que completou dez anos durante a pandemia, e eu não pude fazer um encerramento digno. É um fenômeno que merece ser fechado com chave de ouro.
Alguma coisa na televisão?
Tem uma série mas ainda não bateram o martelo. Enfim, estou aberta as propostas e a única coisa que eu quero na minha idade com filhos e netos é poder fazer as coisas em que acredito. Os boletos chegam, preciso pagar, claro, mas tenho que ter prazer em trabalhar.