Leandro Hassum aproveita 'liberdade contratual' e aposta no streaming e shows drive-in
Humorista comenta sobre sua saída da Globo e as novas oportunidades
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Mesmo com seus planos adiados devido à pandemia do novo coronavírus, Leandro Hassum, 46, procura manter o otimismo em dia e tem se dedicado a atividades novas, com os drive-ins. Além disso, brinca dizendo que, passado esse período, não terá mais vida social com tantos projetos que virão a partir do próximo ano.
"Vou ter que andar com uma vara e um soro pendurado no braço, alguns enfermeiros do lado e se Deus quiser vacinado contra essa doença maldita [risos]", afirma o humorista em entrevista ao F5. Com a agenda de shows lotada, onde se apresentou no Estádio Pacaembu (SP) e no Cine Drive-in das Artes (RJ), Hassum tem apostado em sua peça de stand-up comedy.
Desde que deixou a Globo no ano passado, após trabalhar 21 anos na emissora, o comediante afirma estar "seduzido" com as novas possibilidades do mercado, principalmente quando se trata de streaming. Ele já gravou a primeira parceria com a Netflix, o filme "Tudo Bem no Natal que Vem", que tem previsão de estreia no fim do ano, e afirma que tem investido em diversos projetos e, por enquanto, não quer saber de nenhuma exclusividade.
"Esse momento que nós estamos vivendo o mercado está muito sedutor. Pra quem ter recursos, é muito mais legal estar solto, paquerar e ter relacionamento aberto com todo mundo. Graças a Deus estou conseguindo ter esse relacionamento com o streaming, com a TV à cabo, com o cinema, com o teatro. Teoricamente, você consegue se programar mais, além de poder escolher o que você quer fazer."
Se adaptando ao "novo normal", termo que Hassum faz questão de dizer que odeia, o comediante já realizou mais de dez shows drive-in no eixo Rio-São Paulo e agora parte para outras cidades como Curitiba, Salvador, Goiânia e Brasília.
"Não gosto dessa palavra 'novo'. Tratar os outros bem, se preocupar com o próximo e ter cuidado com a saúde tem que ser o normal", afirma o humorista. Com a agenda de shows lotada neste final de semana, onde se apresenta no estádio Pacaembu, em São Paulo, e no Cine Drive-in das Artes, no Rio, Hassum permanece otimista apesar das restrições.
"É sempre uma incógnita, a gente troca aplausos por buzinas e faróis. Então cada show que você faz é uma experiência nova, mas tenho me adaptado bem, tenho gostado bastante de fazer", diz o comediante que em julho deste ano completou o marco de 30 anos de carreira nos palcos.
Curiosamente, o humorista também abomina a ideia de se reinventar em tempos de pandemia. "Ninguém está se reinventando, estamos somando coisas ao nosso arsenal de trabalho e o drive-in é um grande exemplo disso. Pode ser mais uma opção, mais um palco", diz ele.
Mas, passado esse período de descoberta de novos palcos, Hassum deve ter uma porção de estreias. Estão na lista uma série de humor no Multishow, chamada "Casa Paraíso" (nome provisório); a segunda temporada do talkshow "Tá Pago", na TNT; um novo stand-up intitulado "É Nois Família"; a dublagem de "Minions 2: A Origem de Gru"; e mais um filme na Netflix, cujos detalhes ele preferiu deixar em segredo.
RELACIONAMENTO COM A GLOBO
Apesar de não ter mais contrato exclusivo com a Globo, Leandro Hassum diz que a emissora foi uma "ótima patroa" e não recusaria um novo projeto no canal. "Jamais vou abandonar a TV. Não tenho uma vírgula para falar da Globo, mas passei a não encontrar projetos de humor que fossem a minha cara. Mas se amanhã me chamarem para fazer alguma coisa e eu tiver tesão, a gente vai fazer sim."
Sobre as recentes demissões da emissora, que dispensou nomes como Bruno Gagliasso, Miguel Falabella e até do seu ex-colega de trabalho Marcius Melhem, Hassum afirma que a estratégia da Globo é inteligente. "O quadro de funcionários era muito inflado. Hoje ela está mantendo a nata e quando ela precisa de alguém específico, chama. É bom para todos nós, dá mais liberdade", explica.
Segundo ele, na época em que era contratado nem atendia aos telefones de outras propostas de trabalho. "Antigamente, se a HBO me ligasse eu nem atendia porque pensava: 'Não quero nem atender porque dependendo do que me oferecessem eu ficaria apaixonado e não poderia fazer'."
Na opinião de Hassum, o humor da Globo está em falta com o público. Amigo próximo de Marcelo Adnet, um dos principais nomes da emissora no gênero, o comediante, que se destacou com o quadro "Os Caras de Pau" no Zorra Total, afirma que sente falta do "humor do bordão", que para ele é o clássico e mais desejado pelo público.
"Eu acho que a Globo, por ser um canal aberto, tem que dialogar com todo mundo. O Zorra é um programa muito engraçado e muito bem feito, mas não está sendo plural. Quando só uma camada da sociedade se identifica com o humor que tem sido feito, não está certo", analisa Hassum sobre o viés político que a produção tem dado nos últimos tempos.
Perguntado sobre a polêmica envolvendo o colega Marcius Melhem, que no final do ano foi acusado de praticar assédio moral pelas atrizes Dani Calabresa, Renata Castro e Maria Clara Gueiros, Hassum prefere não entrar no assunto com muitos detalhes. "Não chegou até a mim, faço questão de não me envolver. Nunca presenciei, não tenho direito de falar sobre esse assunto, até por não ter proximidade com ele nesse sentindo."
Sem trabalhar com Melhem desde o fim da série "Os Caras de Pau" em 2012, o comediante diz que não é mais próximo do colega, mas continua com contato. "Nos damos como pessoas, mas não somos próximos. A relação que eu tenho com ele é de ligar para saber se as meninas [filhas] estão bem", garante.