Após desentendimento com Jô Soares, autores de livro sobre black blocs brigam no 'Pânico'
Esther Solano e Willian Novaes, dois dos autores do livro "Mascarados: A Verdadeira História dos Adeptos da Tática Black Bloc", brigaram e trocaram xingamentos com o humorista Márvio Lúcio, mais conhecido como Carioca, durante uma entrevista no "Pânico no Rádio", da Jovem Pan, nesta quarta-feira (19).
A discussão começou quando o humorista tentava comparar os black blocs com o movimento de ocupação das escolas, feito por estudantes secundaristas.
Mais de uma vez Solano tentou perguntar se Carioca já tinha visitado alguma escola ocupada para saber se o que ocorria dentro delas era baderna. Como a discussão não avançou, Novaes entrou na conversa e começou a trocar xingamentos com o apresentador.
"Você já viu que nas escolas ocupadas eles têm aulas de feminismo?", perguntou a pesquisadora.
"Pensamentos de esquerda, meu amor, ideologia. O MST [Movimento dos Trabalhadores Sem Terra] vai dar aula lá. Eu estou fora de ideologia", respondeu o humorista.
"Mas você está mostrando o tempo todo sua ideologia", rebateu Solano.
"Eu faço a ordem, meu amigo", disse Carioca.
"Que ordem? A ordem é Bolsonaro para você", declarou Novaes ao entrar na discussão.
"Não sou Bolsonaro, não", afirmou o humorista.
"Você é doido", disse Novaes, ao que Carioca respondeu: "Eu sou doido? Você que é um lixo e faz um livro sobre black blocs".
"Lixo? Lixo o quê, seu idiota, seu otário", retrucou Novaes.
Nesse momento, os demais integrantes do programa interromperam a entrevista para acalmar os ânimos. Ainda assim, os xingamentos continuaram por mais 30 segundos.
Carioca, então, tentou justificar o nervosismo dos entrevistados dizendo que eles "tomaram uma lavada" nas últimas eleições. Mas acabou ouvindo um "maluco" como resposta.
JÔ
Na segunda-feira (10), Jô Soares havia se desentendido com os pesquisadores. No início da conversa, ele perguntou a Solano por que ela havia se dedicado a um tema "tão tenebroso" e associou a prática black bloc à violência nazista.
Desconfortável, ela respondeu que não se tratava de um assunto "tão tenebroso assim" e que não havia encontrado, durante a pesquisa, nenhum integrante com discurso fascista.
A entrevista seguiu em clima tenso, com o apresentador pedindo para não ser interrompido por um dos jornalistas.
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