Letícia Isnard teve que abrir mão da vaidade para fazer a dona de taverna Simoa de “Liberdade, Liberdade” (Globo).

Em nome de um visual mais naturalista, a atriz abandonou a depilação, assim como suas colegas de elenco, e assumiu o cabelo grisalho aos 41 anos.

A transformação foi recebida com naturalidade pela atriz, que via a mãe ter fios grisalhos desde jovem.

“Só tem que ter uma negociação em casa. Já tô grisalha, já fico com as olheiras das noites mal dormidas com a neném e ainda peluda? Tá puxado!", brincou em entrevista ao "F5".

"Depois que fiz a prova do figurino, vi que as minhas roupas eram todas de manga comprida. Pedi para a caracterização para liberar pelo menos o suvaco”, confessou. Ela é casada com o diretor Isaac Bernat.

Na novela, Simoa é mulher de Caldeira (Jairo Mattos), o dono da taverna local, e sonha em ter uma boa vida. Como se acha boa demais para trabalhar de sol a sol, quer ficar rica e se tornar senhora de escravos que façam todo o serviço pesado por ela.

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​Apesar do alívio cômico, a personagem é escravocrata. Letícia falou sobre o desafio de construir um diálogo que lide com a escravidão de forma natural e divertida.

“Ela não é uma vilã, mas ela tem escravos e tem esse preconceito. Isso era normal na época e é difícil construir uma fala que lide com isso naturalmente. Me sinto cuspindo marimbondo toda vez que falo uma coisa dessas, mas na época isso era normal”.

Além de guardarem os segredos dos rebeldes que frequentam a taverna, o casal também esconde uma parte de seu passado que pode colocá-los em maus lençóis junto à coroa portuguesa.

“Ela e o marido são cristãos-novos, judeus que se converteram por causa da inquisição. Eles têm um segredo, que é o fato de continuarem com as práticas judaicas e têm esse desejo de se libertar de Portugal. Os impostos são muito altos e nós somos donos de um negócio bastante importante na vila. É uma novela muito interessante. É política, tem romance, tem essa pegada bem 'capa e espada', que não é muito comum na televisão”, elogia a atriz.