Para o ex-BBB Marcelo Arantes, que participou da oitava edição do reality, a produção do programa vetou gays da temporada atual. O psiquiatra participou de um debate sobre o "BBB" nesta sexta-feira (22), na transmissão ao vivo da "TV Folha".

Com 15 participantes e aparentemente nenhum deles homossexual, o "BBB15" estreou na última terça-feira (20). Marcelo, que declarou ser bissexual durante o programa, e mais tarde revelou ser gay, acredita que houve veto da produção.

"No 'BBB10', que teve o Serginho, o Dicézar e a Angélica Morango, eles selecionaram de propósito pessoas homossexuais, no intuito de criar personagens, de fazer uma coisa caricata", opina Marcelo.

Já no "BBB14", duas participantes viveram um romance lésbico e acabaram chegando juntas à final do programa. Vanessa, que ganhou o prêmio de R$ 1,5 milhão, e Clara, no entanto, não eram assumidamente homossexuais. A produção provavelmente não esperava que esse casal iria se formar na casa. Pelo menos é o que pensa Marcelo.

"O público brasileiro, ainda é muito conservador, vem de uma raiz muito católica. A produção ainda tem certo pudor", acrescentou.

"BBB" DA BRASILIDADE

O "Dr. Marcelo", como era chamado carinhosamente por Pedro Bial, acredita que a produção acertou na seleção de participantes de aparência mais comum, divergindo das edições anteriores, que viravam um desfile de homens musculosos e mulheres esbeltas.

No "BBB15", chamado pelo apresentador de "'BBB' da brasilidade", não há ninguém que se apresente como modelo profissional, o que era comum nas outras edições.

A edição atual também foi cuidadosa na escolha da diversidade: é a edição com proporcionalmente mais negros da história. São três participantes negros, Luan, Douglas e Angélica. E uma escassez de loiras fora do comum para os padrões do "BBB": apenas três loiras, Franciele, Aline e Júlia. Das duas últimas, uma deixará a disputa no próximo domingo (25).

"São pessoas comuns, com profissões comuns, beleza comum", afirma Marcelo, que achou a escolha acertada.

NADA A PERDER

O ex-BBB também afirmou ser contra a volta de ex-participantes, como aconteceu no "BBB13".

"Acho que a pessoa perde uma ingenuidade que é essencial para o programa. Um dos elementos principais de briga, por exemplo, é a comida. E depois que a pessoa participou do programa e saiu, ela perde essa intensidade. Ela lembra que o mundo é muito além daquilo, ela deixa de se exaltar com coisas pequenas assim", explica.

"Quando a produção colocou a Natália Casassola, por exemplo, eles esperavam aquela garota desinibida que ela foi no 'BBB8', mas ela já não estava tão desinibida assim. Ela foi mais cautelosa. Acho que colocar ex-BBB é um tiro no pé", opina ele, que afirma que voltar para o reality está fora de cogitação em sua vida.

"Eu deixei de ser interessante para eles, mas de qualquer forma eu não voltaria por motivos profissionais", diz Marcelo, que é concursado público.

A ex-BBB Aline Dahlen, da 14ª edição, afirmou recentemente que o reality arruinou sua carreira como atriz. Marcelo lembrou de uma frase da participante, com a qual concorda: "Só entre no 'BBB' se você não tiver nada a perder".