Catorze anos depois de escrever as primeiras palavras de "A Grande Família" (Globo), a roteirista Adriana Falcão se despediu do seriado com um misto de alegria e tristeza.

Lançar o pontapé inicial do programa foi, para ela, tão difícil quanto colocar o ponto final, que virá na forma de uma homenagem à história da família Silva.

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O último episódio vai transformar a vida de Lineu (Marco Nanini), Nenê (Marieta Severo) e seus filhos em um seriado fictício da Globo, em que eles serão interpretados por Tony Ramos (Lineu), Gloria Pires (Nenê), Marcelo Adnet (Tuco) e Deborah Secco (Bebel), entre outros.

"Sempre tentamos levar uma surpresa, seja uma ambiguidade ou um ponto de vista novo, para o público. Acho que o final tem várias camadas de leitura, mas o mais simples é: festa", disse a roteirista em entrevista ao "F5".

Para Falcão, a decisão de encerrar "A Grande Família" foi uma atitude corajosa da equipe por querer apostar no novo. Ela torce para que surjam novos projetos de sucesso e faz um balanço da trajetória do programa, o qual considera que teve mais pontos altos do que baixos.

"A evolução do arco da família, que foi se adaptando aos tempos que vinham chegando. Personagens maravilhosos que entraram: a Marilda (Andrea Beltrão), o Júnior (Fábio Porchat), o Paulão (Evandro Mesquita). Mas o que eu gostaria de alterar na narrativa seria a morte de seu Flor (Rogério Cardoso). Já pensou se ele estivesse vivo até agora, com sua capacidade de nos divertir?", se emociona.

Seu Floriano saiu de cena em 2003, devido à morte de seu intérprete, o ator Rogério Cardoso. Já Marilda, a melhor amiga de Nenê (Marieta Severo) deixou a série quando Andreia Beltrão foi para "Tapas e Beijos", em 2009.

Apesar do clima de despedida, Adriana Falcão não descarta a possibilidade de a série ganhar um remake num futuro distante, a exemplo do que aconteceu com a versão original, exibida entre 1972 e 1975.

"Eu não só acho que existe a possibilidade, como apostaria que isso vai acontecer. Tomara que eu esteja viva pra ver", apostou.