Há dois anos à frente do "Globo Cidadania", Sandra Annenberg está empolgada com a mudança da atração, que agora vai englobar os outros programas da área de responsabilidade social da emissora.

Rebatizado e reformulado, o programa agora se chama "Como Será?" e vai trazer às manhãs de sábado um mix de informações sobre sustentabilidade, responsabilidade social, iniciativas e projetos de educação, entretenimento e empreendedorismo.

Ao lado de um time de repórteres, como Max Fercondini, há cinco anos no "Globo Ecologia", Sandra vai apresentar o programa e receber convidados no estúdio para debater os assuntos abordados nas matérias.

O ritmo de trabalho da jornalista foi redobrado. Além de apresentar e editar o "Jornal Hoje" de segunda a sexta, ela agora grava o novo programa às quintas-feiras e se reúne com a equipe às segundas, para decidir as pautas.

Mas a rotina sobrecarregada não é problema para a jornalista, que pretende conciliar as duas atrações e ainda não tem planos de priorizar nenhuma delas em detrimento a outra.

"Tudo o que eu penso agora é em me dedicar ao que eu estou fazendo. As coisas vão surgindo na minha vida, eu nunca planejei muito o que eu ia fazer. Eu só sabia que queria me envolver em algo voltado à educação", disse Sandra ao "F5", em apresentação do programa à imprensa.

A ideia de ter um novo programa partiu da própria jornalista, segundo ela. Há dois anos, Sandra procurou Carlos Henrique Schröeder, então diretor de jornalismo da Globo, para pedir um espaço em algo que tivesse a ver com educação.

"Eu queria me engajar em alguma coisa voltada à educação porque acho que é a coisa mais importante em que é preciso investir no nosso país", explica Sandra, que chegou a pensar em um reality show sobre o tema, mas acabou indo parar no "Globo Cidadania", que agora evoluiu para o "Como Será".

"Minha rotina é bem atribulada sim, mas é igual à de todo mundo. Além de ter os dois programas, eu ainda sou mãe e dona de casa. Mas minha vida é igual à de vocês. A diferença é que eu apareço na TV", diz, bem-humorada.

Sandra considera o "Como Será" quase um hobbie.

"Esse programa é um respiro pra mim em meio à loucura do 'hard news'. De segunda a sexta, exerço meu lado 'hard news', mas tem um momento que eu preciso parar pra pensar no futuro, sentir o movimento do mundo", explica Sandra.

A vontade de mudar o mundo é o grande motor da jornalista, que critica o comodismo das pessoas.

"A gente sempre delegou demais nossa vidas a terceiros, ao governo... Chega um momento em que percebemos que a solução não está no outro, mas na gente mesmo. Por muito tempo eu me senti como espectadora, mas agora percebi que a gente tem que parar de reclamar e ir atrás", desabafa.

"Esse programa é meu jeito de fazer minha pequena parte para mudar o mundo, dar bons exemplos. E me traz muita realização pessoal, uma coisa que é impagável", admite.

No programa, que estreia no dia 9 de agosto, os diferentes quadros vão trazer matérias sobre iniciativas sociais e ambientais.

Um dos empreendimentos mais elogiados por Sandra é a escola Espetáculo, da atriz Marisa Orth, que forma jovens carentes há mais de 15 anos para trabalhar em bastidores de teatro e televisão, como técnicos de luz, som e assistentes.

"A gente costuma dizer no jornalismo: 'good news, no news'. Eu fico feliz de poder dizer que 'good news é news sim!' As boas notícias são notícias sim, a gente pode vendê-las. Quando pensamos no rapaz que achou uma mochila cheia de ingressos e devolveu, a gente pensa: 'mas isso é notícia? Ele não fez mais do que a obrigação?' Isso é notícia sim, porque é a exceção do que a gente tá acostumado a ver e é exemplo. Vamos mostrar isso pra todo mundo, quem sabe isso contamina as pessoas positivamente?", se emociona Sandra.

Feito em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o "Como Será" vai ao ar todos os sábados das 6h às 8h, com reprise no Futura aos domingos, às 6h e às 15h.