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Vilã da novela 'Em Família', Shirley ecoa humor de Félix

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Se o auge da carreira de uma atriz é ser a vilã da novela das 21h, Vivianne Pasmanter chegou lá.

Ela interpreta a amalucada Shirley na morna "Em Família", da Globo.

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Tal qual uma Cleópatra de Goiânia, cidade onde parte da trama acontece, a personagem ressurgiu no folhetim enrolada por Serafina, sua cobra de estimação (que na vida real tem o nome de Rita).

Shirley lembra o vilão de "Amor à Vida", Félix (Mateus Solano), e tem mostrado ser capaz do mesmo tipo de empatia com o público —como a maioria dos malignos e raríssimos mocinhos.

Crédito: Paula Giolito/Folhapress Pasmanter e a cobra Rita, com quem contracena na novela 'Em Família'
Pasmanter e a cobra Rita, com quem contracena na novela 'Em Família'

APENAS AMAR

A maior diferença entre Félix e Shirley é a motivação da maldade: enquanto Félix iniciou a trama na busca por poder com planos maquiavélicos, Shirley só quer amar.

Seu grande objetivo na vida é conquistar Laerte (Gabriel Braga Nunes), o galã disputado por pelo menos três outras personagens.

Se, para ficar com ele, houver uma "pedra" no meio do caminho, ela já deixou claro que vai chutá-la. Na primeira fase da novela, quando a personagem ainda era criança (e interpretada por Giovanna Rispoli), quase deixou Helena (então vivida por Julia Dalavia) morrer afogada.

Na terceira fase, anunciou que sua meta continua sendo um destino feliz ao lado do bonitão e pode até gerar a discórdia entre mãe e filha, Helena (Julia Lemmertz) e Luiza (Bruna Marquezine), suas potenciais rivais, para criar um cenário favorável.

Para Vivianne Pasmanter, o segredo do sucesso de Shirley é a positividade. "Ela é para cima, é engraçada. Apesar de ter suas sombras e ser capaz de maldades, é uma personagem com visão, que vive no presente", diz Vivianne.

Experiente em interpretar vilãs em novelas de Manoel Carlos —esta é sua quarta—, ela não gosta de separar personagens entre boazinhas e más. "Não quero julgá-la. Não considero a Shirley nada. Eu entendo que na trama ela tem o papel de causar. Mas eu não vou começar a fazer cara de má por isso."

O pesquisador Nilson Xavier, autor de "Almanaque da Teledramaturgia Brasileira", diz que também não consegue ver Shirley como uma vilã. "Ela não fez nada de errado ainda. Talvez venha a aprontar algo no futuro."

Para Xavier, o poder de atração de Shirley está em falar o que pensa. "Ela é carismática, popular. Faz o que quer, fala o que pensa. O público gosta de ver na ficção tipos que gostariam de se espelhar, de fazer ou falar coisas que não podem no dia a dia por convenções sociais. Funciona como uma catarse."

Mateus Solano, intérprete de Félix, diz que em tempos de politicamente correto, os vilões servem como uma "válvula de escape" porque podem dizer qualquer coisa.

Para Lilia Cabral, intérprete da vilã da próxima novela das 21h, "Falso Brilhante", o poder de atração do antagonista é o texto.

"O texto do vilão é muito mais sagaz, debochado e divertido que o da heroína. É difícil ter uma heroína politicamente incorreta", afirma.

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