Repórter do SBT relata susto após ficar desaparecida durante terremoto no Chile
A repórter Patricia Vasconcellos, correspondente do SBT em Buenos Aires, passou algumas horas sem contato com a redação de jornalismo da emissora após chegar ao Chile para cobrir os terremotos que assolam o país.
Ela se deslocou para a região com o intuito de fazer reportagens sobre os tremores de terra (o mais forte chegou a 8,2 graus na escala Richter) no extremo norte do país.
Após chegar, ela fechou um vídeo para o "SBT Brasil" e deveria fazer mais material para o "Jornal do SBT", quando houve outro terremoto.
No momento do tremor, Patricia estava ao telefone com a editora Claudia Erthal, mas a ligação caiu.
Junto com o cinegrafista, ela teve que seguir para um estádio onde a população foi acomodada até passar o perigo.
Só algumas horas depois conseguiu voltar a fazer contato com o SBT, informando que estava bem. Ela enviou um relato no qual contou os momentos em que ficou sem comunicação.
Depois, conseguiu mandar a reportagem para o "SBT Manhã" e conversou ao vivo por telefone com o apresentador Cesar Filho.
A cobertura que ela fez durante o tremor deve ser destaque do "SBT Brasil" nesta quinta-feira (3).
Leia abaixo o relato da repórter na íntegra
Escrevo para avisar que está tudo bem, comigo e com o cinegrafista. Ontem não consegui mandar o material do 'Jornal do SBT' porque, enquanto falava com a Claudia Erthal [editora] na única linha que funcionava —a do lobby do hotel—, veio o terceiro tremor [o de 7.8]. Eu sinceramente acho que nunca senti tanto medo na minha vida.
A partir daí, tocou uma sirene em todos os cantos da cidade e uma gravação sonora dizia: 'Atenção, mantenham a calma, vão para a zona de segurança'. A partir daí, temos tudo gravado. Acabo de mandar o material para o 'SBT Manhã'. Como a cidade fica entre o mar e uma montanha de areia (o deserto) todos correm para a parte alta da cidade quando vem o terremoto. Muitas pessoas estão na rua acampadas porque estão com medo de voltar para casa.
Quando cheguei aqui correndo no fim do dia fiquei impressionada com o fato de a cidade estar calma. Não vi nada quebrado ou destruído. Está tudo em pé. Me explicaram que há vários anos a construção civil segue normas de segurança para terremotos. Em toda a cidade há placas indicando onde há risco e onde não há risco de tsunami. Eles estão realmente treinados. A questão, me disseram muitos, é que os tremores até então não tinham sido tão fortes.
Sobre nossa situação: o hotel tem estrutura mas, quando a terra treme, cai tudo. Telefone, internet e luz. Quem tem gerador, tem luz quem não tem fica no escuro. Então, não consegui sequer completar a ligação com a Claudia Erthal. A cidade ficou um breu e a energia só voltou agora.
Então, nesta quinta, se em algum momento eu não estiver conectada, é porque estou impossibilidade de me comunicar porque a internet cai a toda hora e o telefone também.
Eu não quis dormir no meu quarto que é no 21º andar porque, se aparece o alerta, acho que não aguento descer correndo as escadas. Vou ficar aqui no lobby.
Decidi alugar um carro amanhã [vou ver como, porque a cidade está com tudo fechado e falta comida, porque ninguém abre as portas dos comércios]. Eu prefiro dormir num carro amanhã e acho que sexta já podemos ir.
O caos é a insegurança e a falta de estrutura —não como há muito tempo, já que não há onde comprar comida; tem que fazer fila mesmo nos poucos lugares abertos.
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