Beatriz Segall, 87, criticou a nova geração de atores brasileiros em entrevista a Antônio Abujamra no "Provocações" (TV Cultura).

"A preocupação, hoje, é ser celebridade. Quando começamos, os atores tinham vontade de aprender. Tentamos fazer um teatro brasileiro. Hoje a maior preocupação é ir pra televisão. Após 15 dias são considerados celebridades. Acho engraçado esse conceito de celebridade", comentou Beatriz, famosa pelas vilãs Odete Roitman, de "Vale Tudo" (1988) e Lourdes Mesquita, de "Água Viva" (1980).

A atriz lembrou que na época, havia um movimento dentro da Globo para aumentar os salários dos atores que vivessem vilões na tela, porque eles não eram convidados para fazer comerciais e menchandising.

"Eles ficavam mal quistos pelo público. Mas eu nunca tive esse problema", se orgulhou."O público adorava a danada da Lourdes Mesquita e a danada da Odete. Até hoje tem gente que sabe as frases da Odete", lembra ela, esclarecendo que nunca foi confundida com as personagens nem agredida na rua.

Apaixonada pela arte de atuar, a veterana conta que continua estudando. "Sou vidrada por seriado americano. Fico encantada com a capacidade de imaginação criativa que eles têm para criar cenas monumentais. O principal na nossa profissão é o texto. Porque se você tem uma boa dramaturgia você pode deitar e rolar".

Beatriz ainda relembra do período da ditadura, quando dirigia o Theatro São Pedro com o marido, Maurício Segall, que era ativista político. "Ele era muito cuidadoso e evitava para eu não ter nenhum envolvimento politico. Eu e meus três filhos sempre tínhamos o passaporte atualizado se precisássemos sair do Brasil. Foi duro pra todos."

A entrevista completa vai ao ar na terça-feira (11) às 23h30, na TV Cultura.