Rafinha Bastos, 37, estará de volta aos holofotes a partir do próximo dia 5, quando estreia como apresentador do "Agora É Tarde" (Band).

Novato na função, o humorista diz que não se importa de herdar o talk show de Danilo Gentili, seu ex-colega de "CQC", que rompeu contrato com a emissora e levou quase todo o elenco do programa para o SBT.

"Recentemente, nos Estados Unidos, o Jimmy Fallon assumiu um programa que era do Jay Leno", disse, referindo-se ao "Tonight Show", da rede NBC. "Esses processos na televisão são muito normais. O programa é da emissora. Eu estou tentando imprimir a minha marca. Se o programa era de outra pessoa não tem que ser a minha preocupação."

Uma diferença fundamental entre ele e o astro da televisão americana é o salário em dólares.

"Meu salário não aumentou, continuo ganhando o mesmo que quando fazia o 'CQC' e 'A Liga'", afirmou, sem querer citar números a pedido da mulher, preocupada com a segurança da família."

Rafinha disse também que, embora já tivesse pensado em apresentar um "talk show", ainda não achava que era o momento certo.

"Me foi oferecido um talk show quando eu saí da Band pela Fox", revelou. "Mas eu achava que era um caminho muito natural, queria testar outras coisas. Eu pensava em apresentar algo do gênero, mas não era algo que queria executar há dois anos. Agora é o momento, tenho a confiança da emissora, conquistada a duras penas."

Em 2011, o humorista se desligou da emissora após uma polêmica piada dita na bancada do "CQC", na qual informava que "comeria" a cantora Wanessa e o filho que ela estava esperando.

"A piada que me deu problema no 'CQC' era uma piada que eu fazia no próprio programa havia um ano e meio", avaliou. "Era uma piada de repetição que apareceu naquele momento e gerou problema talvez porque o 'CQC' estava muito exposto."

"Eu não gostaria que nenhuma das piadas que eu tivesse dito tivesse gerado a polêmica que geraram", contou. "Na hora que eu fiz eu não pensei que tinha pegado pesado."

Por quê, então, ele se negou a pedir desculpas à cantora Wanessa?

"Se eu tivesse me arrependido, eu acabava com a minha carreira", explicou. "Era um precedente terrível que eu estava abrindo contra os meus próprios colegas. Se eu faço uma brincadeira que é leve, que eu sinto que não tem problema e eu começo a me desculpar por tudo o que eu faço, abre um precedente para a minha profissão."

"Nada me impede de errar e eu já pedi desculpas a algumas pessoas", disse, citando o exemplo da apresentadora Daniela Albuquerque, a quem chamou de "cadela" em uma transmissão ao vivo.

Rafinha disse ainda acreditar que as polêmicas com suas piadas deram "uma assentada" e que nunca se sentiu perseguido por seu humor politicamente incorreto.

"Eu não sou vítima de nada", afirmou. "Sou um cara que me expus. Dei minha cara para bater."