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Hollywood investe em superproduções épicas com conteúdo religioso

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Grandes produções baseadas em passagens e personagens bíblicos devem chegar em peso ao cinema em 2014.

Todos querem repetir o sucesso de "A Bíblia", minissérie do History Channel que atraiu cerca de 11 milhões de espectadores por episódio nos Estados Unidos e vendeu mais de 500 mil DVDs na primeira semana no mercado.

Satã parecido com Obama causa polêmica

"A indústria tende a andar em círculos e agora as pessoas querem conteúdo espiritual", diz a produtora e atriz da minissérie Roma Downey.

No Brasil, o programa, que foi exibido pela Rede Record, chegou a alcançar 15 pontos de audiência (cada ponto corresponde a 62 mil domicílios na Grande São Paulo).

Crédito: Editoria de Arte/Folhapress

A minissérie começou a ser exibida em outubro e terminou na última quarta-feira. Na semana passada, o DVD da série com duas horas de material inédito chegou às lojas brasileiras.

"As pessoas estão famintas por esse tipo de programa, que fala sobre esperança e Deus, mas de uma maneira 'cool'", afirma Roma, que interpreta Maria na série.

A força da produção é tão grande que Roma e seu marido, o também produtor Mark Burnett ("O Aprendiz"), deram sinal verde para uma sequência da minissérie, agora "focada em como os apóstolos espalharam a palavra de Jesus após a ressurreição".

Há ainda a versão para cinema da série, "Son of God" (filho de Deus), filme que estreia em fevereiro.

Essa será apenas a primeira de uma leva de produções religiosas em Hollywood.

Crédito: Casey Crafford/Divulgação Diogo Morgado como Jesus em cena do filme "Son of God"
Diogo Morgado como Jesus em cena do filme "Son of God"

Duas dessas produções devem decretar o futuro da empreitada divina em Hollywood, que não vê um sucesso bíblico há dez anos, desde quando "A Paixão de Cristo" (2004), de Mel Gibson, faturou US$ 611 milhões (R$ 1,45 bilhão) em todo o mundo.

O primeiro desses filmes a estrear no país é "Noé", de Darren Aronofsky, o mesmo diretor de "Cisne Negro". Com previsão para entrar em cartaz em 4 de abril, duas semanas antes da Páscoa, o filme sobre o homem (Russell Crowe) que constrói uma arca após visões apocalípticas custou US$ 125 milhões (R$ 297 milhões) à Paramount.

Ironicamente, a produção de "Noé" sofreu quando o set de filmagem em Nova York foi parcialmente destruído pelo furacão Sandy, em outubro de 2012.

A trajetória de "Noé" é tão arriscada que o estúdio tem apresentado o filme em sessões fechadas a comunidades religiosas dos EUA. A reação não tem sido boa (a mensagem do filme é mais ecológica que religiosa). Os executivos discutem o corte final.

Já "Exodus", com lançamento previsto para dezembro, é a tentativa do diretor Ridley Scott de repetir o sucesso de "Gladiador" (2000).

As primeiras imagens mostram o ator Christian Bale ("Batman - O Cavaleiro das Trevas") como um Moisés guerreiro, que usa arco e flecha, liderando a fuga dos hebreus contra a tirania de Ramsés (Joel Edgerton).

Também no fim do ano deve estrear "Mary", cinebiografia da mãe de Jesus.

Deve ficar para 2015 um thriller de Kevin Reynolds ("Waterworld") em que um centurião romano investiga a ressurreição de Cristo. Há ainda projetos sobre Pôncio Pilatos (a Warner quer Brad Pitt no papel) e Davi e Golias.

Para Barbara Nicolosi Harrington, roteirista de "Mary", o grande motivo da nova onda de filmes bíblicos é a "crise de histórias originais" na indústria cinematográfica.

Roma Downey diz que Hollywood está no caminho da salvação: "Estou louca para ver 'Noé'. Sou fã de Russell Crowe e de 'Gladiador'".

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