"Você é a mulher da minha vida." "Eu não vivo sem você." As frases, sempre ditas por um dos personagens de "Avenida Brasil" (Globo), ficariam melhor no plural.

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O apaixonado em questão é Cadinho, Carlos Eduardo ou Dudu --como preferir--, mulherengo incorrigível vivido por Alexandre Borges no novelão das 21h.

Casado com duas mulheres e disposto a ter uma terceira, Cadinho tinha tudo para ser o canalha da vez. Mas o tom leve e debochado dessa tumultuada relação o transformou em um adorável cafajeste.

"As mulheres não odeiam o Cadinho. Sabem que o que ele faz é muito errado, mas ele realmente ama essas esposas, as famílias que construiu", defende o intérprete, Alexandre Borges. "Desde o princípio, levamos essa história sem nos preocupar com as questões morais. O foco é o humor leve, de bom gosto."

Além de empresário rico --afinal, mantém duas casas com filhos e esposas que não trabalham--, Cadinho é um atleta sexual. "Os homens me apoiam. Alguns me encontram na rua e dizem: 'Eu sei o que você está passando [risos]'", conta Borges.

"A verdade é que o Cadinho vive o paraíso e o inferno dos homens. Ele tem de rebolar para dar conta dessas três mulheres."

As esposas do personagem, Noêmia (Camila Morgado) e Verônica (Débora Bloch), acabaram descobrindo que ele mantinha duas famílias e uma amante, Alexia (Carolina Ferraz). Mas a confusão está longe de acabar.

"Ele diz que mudou. Mas já foi para as esposas com um papo de que vai ser o melhor ex-marido do mundo [risos]."

Alexandre acha que o personagem ajuda a rever os valores do heterossexual latino no século 21, mas sem julgamentos severos.

"Não sei qual será o final do Cadinho, mas ele não quer magoar ninguém."

Assim como o seu personagem, o ator se divide em três nas gravações. "Gravo em horários diferentes com cada uma das atrizes", conta ele. "Quando uma sai e entra a outra, começo de novo, do zero. Me dedico ao máximo a cada uma delas. Acho que entendo o Cadinho [risos]."