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Profissional fica pelada para conseguir emprego; veja outras medidas ousadas

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Depois que sua empresa, a Appartinfo, não decolou, o programador e administrador francês Philippe Dubost, 29, resolveu tentar um emprego tradicional. Era fã da Amazon, e resolveu apresentar seu currículo como se ele mesmo fosse um item à venda no site da empresa.

O design da página replica a aparência da loja virtual. Dubost indicou sua experiência profissional na forma de resenhas --positivas, claro-- de um produto.

Nas avaliações, 121 pessoas imaginárias lhe atribuíam cinco estrelas, mas 37 davam a nota mais baixa para ele. Em seu perfil no Twitter, o francês explicou a quantidade de avaliações negativas: "Muitas ex-namoradas."

Postado em janeiro, o currículo tornou-se um viral, registrando mais de 2 milhões de acessos em 20 países.

"Não esperava tanta atenção", disse Dubost à Folha. "Eu só fiz a página para enviar às empresas com o meu currículo normal."

Mais de 150 possíveis empregadores entraram em contato e o administrador participou do processo de seleção da companhia americana Birchbox. Depois de sete entrevistas, foi contratado como gerente técnico de produto.

Hoje, a página indica que o item não está disponível em estoque. A Amazon não se opôs à iniciativa.


SEXY SEM SER VULGAR

A redatora publicitária Isabella Gimenez, 24, decidiu tirar a roupa para conseguir um emprego. E fez isso na internet, para todo mundo ver.

Em abril deste ano, Gimenez conseguiu um trabalho temporário na agência de publicidade Naked, em São Paulo, mas queria ser contratada.

Como não havia vagas abertas, a profissional decidiu criar uma campanha que convencesse sua chefe a lhe dar uma oportunidade.

Brincando com o nome da empresa (nu, em inglês), ela tirou uma foto em que aparecia com o corpo coberto apenas por fichas de cassino e uma placa: "Eu fiquei pelada para ser Naked".

"Usei as fichas para demonstrar que estava apostando tudo nessa campanha", conta.

A publicitária postou o material na plataforma de blogs Tumblr e a ideia pegou. Amigos e pessoas desconhecidas também enviaram fotografias no mesmo estilo --mais de 50 imagens foram compartilhadas. Pessoas do México e Argentina também ajudaram a profissional. Foram 40 mil visualizações em quatro dias.

"A sócia e diretora de criação da agência, que estava em Nova York, viu a ação na mesma noite em que postei, gostou, e quando voltou ao Brasil me contratou pessoalmente."

SEGUNDA CHANCE

No ano passado, o estudante de publicidade Anthony Juliani, 20, foi entrevistado para uma vaga de estágio na agência Cubocc, mas não ficou satisfeito com seu desempenho na conversa.

Ele decidiu, então, reverter a situação. Chamou amigos da faculdade para gravar um vídeo, que seria enviado à pessoa que o havia entrevistado.


No filme, amigos falam, de modo bem exagerado, sobre qualidades de Juliani, como ser pontual, responsável e trabalhar bem em grupo.

São cinco minutos de elogios ao estudante. Há, no final, uma encenação de como seria trabalhar com ele, que dispensa uma ligação do então presidente da França, Nicolas Sarkozy. "Desculpe, mas agora não posso falar, estou trabalhando com meu grupo", diz ele no vídeo.

A produção transformou-se em uma espécie de vídeo viral dentro da agência.

A gerente de mídia Lívia Montemor, 29, que contratou Juliani, só o fez por causa do clipe. Ela já tinha preenchido a vaga com uma pessoa mais experiente. "Depois que vi a produção, achei o Anthony muito empenhado. Mostrei aos meus diretores e eles me deram uma verba extra para incluí-lo na equipe."

LEVE A BAGAGEM

A estudante de relações internacionais Rebeca Caroline Barbosa, 23, resolveu colocar os sonhos em prática durante processo seletivo para uma vaga de estágio, em maio.

Durante a penúltima etapa, conhecida como painel, os candidatos foram convidados a fazer uma apresentação sobre seus projetos de vida.

A recomendação foi para que eles ficassem à vontade preparassem algo diferente.

Barbosa, então, colocou um globo, cinco livros sobre países diferentes, a carteirinha da faculdade, um cartaz e o primeiro diploma universitário de turismo em uma mala de viagem e levou para a empresa.

No decorrer das apresentações, ela viu concorrentes usarem programas de computador e cartazes feitos de cartolina.

"Eles disseram que poderíamos usar a criatividade, e foi assim que fiz. Não fiquei com vergonha porque precisava ter um diferencial."

A candidata mostrou os objetos e falou sobre os planos para a carreira durante cinco minutos.

Poucos dias depois, ficou sabendo que havia sido aprovada para a última fase.

Ela ainda não sabe passou na entrevista final para a vaga. "Disseram que na próxima semana sai o resultado. Estou confiante."

SOU DIDÁTICO

No mercado de trabalho, é preciso saber a hora certa de sair dos padrões para conseguir uma vaga.

O designer gráfico Abimael Silva, 27, criou um currículo em forma de infográfico, mas só o enviava em situações que considerava adequadas.

"Fiz essa versão para mandar com o currículo normal. Se era para alguém da área de RH, eu não arriscava. Mas, se era direto para o dono de uma empresa pequena, da área de design, sim."

Ele diz que o objetivo de formatar suas experiências profissionais e seus conhecimentos em forma de imagem era criar algo que "servisse ao mesmo tempo como currículo e como portfólio."

No infográfico, seus níveis de proficiência em programas como o Photoshop e linguagem HTML aparecem em forma de gráfico de barras. Já as características pessoais estão representadas em um gráfico de pizza, e as experiências de trabalho anteriores estão ilustradas em uma linha do tempo colorida.

Com esse recurso, ele conseguiu uma vaga de desenvolvedor de sites da empresa Sucesso Brindes.

Agora, Silva está tentando abrir seu próprio negócio e ainda consegue trabalhos graças ao infográfico, que está na segunda versão e continua a ser repassado entre os interessados.

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