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Monitorar metrópoles é um negócio bilionário

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Diante de cidades cada vez mais populosas, o mercado de soluções para metrópoles se consolida e começa a chegar com mais força ao Brasil. É o setor conhecido internacionalmente como "smart cities", ou "cidades inteligentes", em tradução livre.

A consultoria americana IDC Government Insights estima que o segmento gerou, somente no ano passado, receita de US$ 34 bilhões. A expectativa é que cresça 18% ao ano até alcançar US$ 57 bilhões em 2014.

Em 2050, segundo estimativa da ONU, cerca de 70% da população mundial viverá em grandes centros urbanos.

Diante da necessidade de reinvenção das cidades, a ideia é criar uma rede de dados que monitore cada região e faça os serviços funcionarem com mais eficiência.

Gigantes da tecnologia como IBM, Cisco e Siemens criaram áreas voltadas para soluções urbanas e relacionamento com governos.

Uma das mais adiantadas nesse processo, a cidade do Rio inaugurou o Centro de Operações do Rio ao custo de R$ 11,9 milhões. O centro integra informações de 30 agências de governo e concessionárias de serviço público.

De um telão composto por 80 telas LCD de 46 polegadas cada uma é possível monitorar como anda o trânsito na cidade, se há possibilidade de chuvas em áreas de risco e se o fornecimento de energia está correto.

O equipamento, encomendado à IBM, é abastecido por informações de 850 câmeras, parte pertencente à prefeitura e parte à Polícia Militar. A inovação está na integração de todas essas informações em um só lugar 24 horas por dia, sete dias por semana.

Em São Paulo, por exemplo, o centro da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) funciona de maneira semelhante, mas não é integrado com outros serviços, como as câmeras da polícia.

O secretário de Conservação e Serviços Públicos do Município do Rio, Carlos Osório, afirma que a criação do centro permitiu à prefeitura reduzir sensivelmente o tempo de resposta a desastres.

A solução carioca foi mostrada na CeBIT, feira tecnológica realizada na Alemanha.

Os governos locais podem decidir o que querem monitorar, até hábitos de consumo da população -serviço não usado no Rio. Basicamente, são espalhados pontos de coleta de dados pela cidade (como câmeras) que enviam mensagens para uma central.

A central avalia o que acontece. Um acidente de trânsito, por exemplo, é "percebido" pelo sistema, que dispara um alerta para o agente do governo (polícia, bombeiro, ambulância) mais próximo.

"Ter uma cidade amplamente monitorada permite resolver os problemas de maneira mais ágil", afirma Carlos Leite, especialista em cidades inteligentes e professor de urbanismo da Universidade Mackenzie.

Os dados são transmitidos por pesadas redes de fibra óptica ou também por internet 3G. Cidades como Barcelona (Espanha) já têm áreas 100% cobertas por essas redes.

O Brasil poderia estar mais adiantado nesse processo se contasse com uma rede de transmissão de dados de última geração.

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