HUMOR: A arte da guerra de Tu Sifu
O ano apenas começou e é preciso se preparar para as batalhas que seguirão. Objetividade, calma e perseverança são fundamentais para vencer.
Por isso é preciso voltar aos ensinamentos milenares dos antigos senhores da guerra. E ninguém é mais efetivo na arte da estratégia do que Tu Sifu.
Tu Sifu foi um general chinês da dinastia Chop Suey durante as guerras civis que precederam a união dos reinos de Feng e Shui (500 a.C.). Depois da pacificação, ele se dedicou ao cultivo das letras e à plantação de origamis.
O livro "A Arte da Guerra de Tu Sifu" é um best-seller desde aquela época, constantemente consultado por investidores de Wall Street, e lido e relido por gerentes de marketing (eles nunca entendem da primeira vez).
Para ajudá-lo na batalha que se avizinha, selecionei alguns pensamentos de Tu Sifu.
Assim falou Tu Sifu: o general habilidoso derrota o inimigo sem lutar, conquista cidades sem as sitiar e vai para a happy hour antes de encerrar o expediente.
Se o líder e o subordinado estão em harmonia, a vitória é certa. Se o líder e o subordinado não estão em harmonia é dupla sertaneja.
No campo de batalha, o inimigo é aquele que está atirando flechas em você. Não aceite conselhos de quem usa uniforme diferente do seu.
Apareça nos lugares em que o inimigo menos espera. Mas não nos lugares em que o inimigo não está. Se você estiver longe do campo de batalha será muito difícil ganhar a guerra.
UM HAI KAI DE TU SIFU
Que lindo, o panda
Acaba de defecar
Na varanda
A lei da disciplina é fundamental num exército. Durante as guerras das casas de Seicho e Noiê pelo controle da região de Missoshiro, os comandados do general Suki Yaki levaram a ele uma reivindicação. Os soldados não queriam andar todos com a mesma roupa e reivindicavam um dresscode mais flexível. O general aquiesceu e cada um dos soldados veio no dia seguinte usando uma roupa diferente e super fashion. Todos estavam muito felizes, mas no campo de batalha, o exército não sabia a quem atacar e acabou derrotando a si mesmo.
Controlar um grande exército é tarefa das mais difíceis. O general experiente evita problemas utilizando forças menores e só contrata anões.
Num campo de batalha, o anão pode ser usado como lanceiro, mas jamais como arqueiro. Em caso de faltar pedras, o bostinha também serve como munição para catapultas.
O arqueiro deve ser ao mesmo tempo o arco, a flecha e o alvo. Mas cuidado para não disparar a si mesmo e rachar a cabeça na parede.
OUTRO HAIKAI DE TU SIFU
Que lindo, o colibri
Suja minha varanda
Que tu vira sashimi
Nunca, mas nunca mesmo, monte seu acampamento dentro de um rio.
No campo de batalha, o homem superior deve ser flexível como o bambu e não duro como o jade. Embora a mulher do homem superior não ache que ele seja muito superior fazendo isso.
Quando for para a batalha, o faça recuando. Quando recuar, o faça avançando. Se você entendeu isso dê três pulinhos.
MAIS UM HAI KAI DE TU SIFU
Que linda, a lua de outono
Branca e pálida
Feito uma Yoko Ono
Você perderá amigos ao norte e fará amigos ao sul. Você encontrará paz ao oeste e enfrentará batalhas ao leste. Você vai precisar de uma bússola.
No aprendizado, o importante não é o destino, mas sim o caminho até encontrá-lo. Vire à esquerda na primeira iluminação e continue sempre em frente até a bifurcação entre corpo e espírito. O caminho do espírito leva à sabedoria. Mas o caminho do corpo é muito mais gostoso.
Lutar e vencer todas as batalhas não é a glória suprema. A glória suprema consiste em tirar o primeiro prêmio no concurso de fantasias com "Explosão e Glória de um Imperador Chinês em Noite de Gala na Cidade Proibida".
EDSON ARAN é autor de cinco livros. O mais recente, "Delacroix Escapa das Chamas" (Editora Record), é uma sátira futurista passada na São Paulo de 2068. Foi diretor das revistas "Playboy", "Sexy" e redator-chefe da "Vip". É um tuiteiro compulsivo e sua conta é @EdsonAran.
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