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Arte rupestre de caverna francesa é a mais antiga encontrada, diz estudo

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Especialistas discutem há tempos se os desenhos de animais de uma famosa caverna francesa são, de fato, os mais antigos do tipo no mundo, e um estudo publicado nesta semana sugere que sim.

As curvas suaves e os detalhes finos das pinturas de ursos, rinocerontes e cavalos da caverna Chauvet, na pitoresca região de Ardeche, no sul da França, são tão avançadas que alguns acadêmicos as datavam entre 12.000 e 17.000 anos atrás.

Isto as situaria como relíquias da cultura magdaleniana, na qual os ancestrais humanos usaram ferramentas de pedra e ossos para criar uma arte impressionantemente avançada.


Anteriormente, os cientistas demonstraram, pela datação por radiocarbono de amostras de arte na pedra, carvão vegetal e ossos de animais encontrados na caverna Chauvet, que os desenhos eram mais antigos, provavelmente com antiguidade compreendida entre 30.000 e 32.000 anos.

Agora, segundo estudo publicado no periódico americano "Proceedings of the National Academy of Sciences", cientistas franceses acreditam ter conseguido a confirmação de que as pinturas são "as mais antigas e mais elaboradas já encontradas".

As descobertas se basearam em uma análise, denominada datação geomorfológica e cloro 36, das superfícies das rochas em torno do que se acredita ser a única entrada da caverna.

A pesquisa demonstra que um despenhadeiro começou a ruir 29.000 anos atrás e voltou a sofrer desmoronamentos ao longo do tempo, selando definitivamente a entrada da caverna para os humanos cerca de 21.000 anos atrás.

Isto significa que as pinturas tiveram que ser feitas antes disso, o que sustenta a ideia de que foram criadas por pessoas da cultura Aurignaciana, que viveram entre 28.000 e 40.000 anos atrás.

"Concordando de forma notável com as datações de radiocarbono da ocupação humana e animal, este estudo confirma que as pinturas na caverna Chauvet são as mais antigas e mais elaboradas já descobertas, desafiando nosso conhecimento atual sobre a evolução cognitiva humana", destacou o estudo.

Segundo o principal autor, Benjamin Sadier, as descobertas põem fim a qualquer debate sobre quando os desenhos podem ter sido feitos com base em seu estilo.

"O que nosso trabalho demonstra --e outro trabalho que será publicado em breve-- é que o método de datação por estilo não é mais válido", explicou à France Presse em entrevista por telefone.

"Ao provar que esta caverna ficou fechada para sempre 21.500 anos atrás, nós erradicamos completamente a hipótese de uma pintura mais recente e também confirmamos a sua idade, que já era conhecida pela datação de radiocarbono", acrescentou.

A caverna e suas pinturas notavelmente bem preservadas foram fechadas ao acesso humano devido à queda de rochas e só recentemente redescoberta em 1994.

Os cientistas que participaram do trabalho são procedentes das universidades de Savoia e Aix Marseille, bem como do Centro Nacional de Pré-história.

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