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Estudo faz o mais completo mapeamento da extinção na Era do Gelo

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A mensagem do estudo mais completo já feito sobre o sumiço da megafauna, conjunto de grandes mamíferos da Era do Gelo, é que essa extinção em massa não foi tão "em massa" quanto parece.

Pesquisa acha 'parente' de esquilo personagem de filme

As causas do desaparecimento variam de espécie para espécie e envolvem mudanças climáticas, o interesse de caçadores humanos na carne dos bichos e, no caso mais famoso, o dos mamutes, fatores ainda incertos.

Crédito: Editoria de arte/Folhapress

É o que conclui a equipe liderada por Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague, em artigo na revista "Nature", após analisar dados de seis espécies: rinocerontes-lanosos, mamutes-lanosos, cavalos-selvagens, renas, bisões-das-estepes e bois-almiscarados.

Entre esses bichos, renas e bois-almiscarados ainda estão por aí, mas com sua distribuição geográfica drasticamente reduzida --na Era do Gelo, havia renas até na França. Europa e Ásia tinham bois-almiscarados, hoje reduzidos ao Ártico americano.

Willerslev e companhia são especialistas em DNA antigo --dominam técnicas de extração e análise de material genético a partir de ossos com milhares de anos. A equipe analisou mais de 800 amostras de DNA dos bichos e as datou com precisão.

Os cientistas montaram uma espécie de filme sobre como variou a genética das populações da megafauna ao longo de milhares de anos --de 40 mil anos até 10 mil anos antes do presente.

Os dados genéticos permitem acompanhar o comportamento da população de animais ao longo dos séculos.

O retrato traçado pela pesquisa envolve mais duas fontes. A primeira é o mapa dos habitats de cada espécie ao longo dos milênios, levando em conta variações do clima e da vegetação (as espécies eram herbívoras).

Com isso, dá para saber se o habitat de um animal encolheu tanto que poderia ter levado o coitado à extinção.

A segunda fonte é a presença de caçadores humanos, denotada por sítios arqueológicos que coexistiram com a megafauna.

Com isso em mãos, vieram algumas surpresas. Nos 10 mil anos após o primeiro contato com humanos, as populações de rinocerontes e mamutes cresceram, o que derruba a hipótese da caça intensa. Já os bois-almiscarados quase não eram caçados.

Há indícios claros de contribuição humana para a extinção apenas de renas, bisões e cavalos. Mesmo assim, a mudança climática também seria importante.

O trabalho não aborda a extinção na América do Sul. O Brasil tinha cavalos selvagens, lhamas, mastodontes e preguiças-gigantes.

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