Cláudia Leitte fez bem em tirar seu sobrenome por apenas um dia?
A notícia agitou a internet na última quarta-feira (28): a cantora Cláudia Leitte anunciou em suas redes sociais que estava simplificando seu nome artístico. De agora em diante, ela seria apenas Claudia, mas não explicou por quê.
Logo surgiu uma explicação: de olho na carreira internacional, a baiana teria decidido se livrar de seu sobrenome (que, em sua certidão de nascimento, é grafado com apenas um T). Afinal, Leitte não é uma palavra muito fácil para um gringo pronunciar. Além disso, o mercado internacional está povoado por cantoras de um nome só: Madonna, Beyoncé, Shakira, Adele, Rihanna...
O colunista Ricardo Feltrin, do UOL, chegou a especular que a mudança teria sido sugerida pelo escritório do rapper americano Jay-Z, que agencia Claudinha no exterior. Mas a assessoria dela negou, e com razão.
A mudança durou pouco mais de 24 horas. Na noite desta quinta (29), a própria Claudia voltou às redes sociais para esclarecer que tudo não passou de uma ação de marketing. Ela agora é a garota-propaganda de uma marca de medicamento contra a intolerância à lactose. A volta de seu sobrenome foi apenas para ressaltar que ninguém precisa ficar sem leite...
Assim como já havia rachado no dia anterior, mais uma vez a internet brasileira se dividiu. Houve quem aplaudisse (como a amiga e rival Ivete Sangalo), houve quem se sentisse ludibriado. O fato é que Claudia Leitte enganou seus fãs e a imprensa toda (Otaviano Costa e Sophia Abraão chegaram a dar a notícia no “Vídeo Show”), e visando o lucro.
Um artista tem o direito de fazer isto? É bastante questionável. Há vários casos de marcas que investiram pesado para alterar alguma característica importante de uma celebridade. Na década de 1980, um fabricante de lâminas de barbear pagou uma fortuna para escanhoar o rosto do falecido apresentador Miele, que usava barba desde a adolescência. Mais recentemente, uma tintura de cabelo fez com que Xuxa ficasse morena por alguns dias.
Mas essas ações eram explicitamente publicitárias. O público sabia desde o começo quem estava por trás, e meio que imaginava que a mudança seria passageira. Ninguém enganava ninguém, e as imagens dos artistas envolvidos saíram intocadas desses episódios.
Será que o mesmo vai acontecer com Claudinha? A cantora já tem um antifã-clube considerável, que zoa de cada pequenina gafe que ela comete. Também há quem a critique desde que sua produtora foi autorizada pelo MinC (Ministério da Cultura) a captar R$ 356 mil para a publicação de um livro sobre sua carreira. Na época em que saiu a notícia, a gritaria foi tamanha que o projeto teve que ser cancelado. Quem sabe agora o livro sai mesmo, bancado pelo cachê que Claudia recebeu por esta campanha?
O pior é que o abandono do sobrenome fazia sentido comercial. Claudia Leitte tenta há anos se lançar nos Estados Unidos. Participou do hino da Copa de 2014 e chegou a gravar em espanhol, mas com poucos resultados. Se fosse chamada apenas por “Claudia” talvez tivesse mesmo mais chances.
Enquanto isto, Anitta (que sempre teve um nome só) já cantou até no talk show de Jimmy Fallon, o de maior audiência da TV de lá...
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