Tony Goes

Produtores de "Glee" ainda não sabem o que fazer sem Cory Monteith

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Apesar de sua luta contra o vício não ser nenhum segredo, a morte de Cory Monteith foi uma das mais surpreendentes dos últimos tempos. O rapaz era bonito, talentoso e exalava saúde. Não lembrava em nada casos como os de Amy Winehouse ou Whitney Houston, que protagonizaram escândalos públicos antes de sucumbirem.

O súbito desaparecimento de Monteith não pegou só os fãs de surpresa. Os produtores de "Glee", a série que o tornou famoso no mundo inteiro, agora precisam decidir o que fazer com seu personagem.

O romance de Finn com Rachel (Lea Michele) era uma das espinhas dorsais do programa (e também uma poderosa ferramenta de marketing, já que os atores transpuseram o namoro para a vida real). Na última temporada, ela estava em Nova York tentando uma carreira artística enquanto ele permanecia na faculdade em Lima, Ohio, a cidade-natal de ambos.

Monteith já não havia aparecido nos três últimos episódios da recém-terminada quarta temporada. Estava internado numa clínica de reabilitação, mas sua ausência na trama foi facilmente justificada pelos roteiristas.


Agora, evidentemente, o problema é bem maior. Por sorte, as gravações da quinta temporada só começariam no final de julho (a estreia nos Estados Unidos estava marcada para o dia 19 de setembro, e pode ser adiada). Mas os roteiros já estavam prontos, e muita coisa terá que ser reescrita.

Casos de mortes de atores durante produções em andamento não são raros. Uma solução frequente é mandar o personagem "viajar". Foi o que aconteceu com a Yasmin de "De Corpo e Alma" quando sua intérprete Daniella Perez foi brutalmente assassinada pouco antes do final da novela.

Um recurso mais "moderno" é também matar o personagem. Quando Larry Hagman faleceu em 2012, o mesmo se passou com seu icônico J. R. Ewing na nova versão do seriado "Dallas". Dez anos atrás, algo parecido se deu com o seu Flô de "A Grande Família", feito pelo inesquecível Rogério Cardoso.

Antigamente era comum substituir o ator --ainda mais quando o falecido era o protagonista da obra. Sérgio Cardoso morreu pouco antes do final da novela "O Primeiro Amor", em 1972, e seu personagem foi assumido por Leonardo Villar nos últimos capítulos.

Esta saída não seria aceita pelo público de "Glee". Apesar de ser uma comédia musical, a série já lidou com questões delicadas como homossexualidade, alcoolismo e virgindade de maneira direta e sem floreios.

Por isto, espera-se que o sumiço de Finn não seja uma simples viagem. Tomara que os produtores encontrem uma solução plausível, que não traia o espírito do programa.

Mas não vai ser fácil. Para começar, Cory Monteith não está mais disponível para gravar o destino de seu personagem. E ainda há o desgaste emocional da equipe, principalmente o de Lea Michele.

É um problema e tanto. E, por melhor que seja resolvido, Cory Monteith deixa uma lacuna que jamais será preenchida.

Tony Goes

Tony Goes (1960-2024) nasceu no Rio de Janeiro, mas viveu em São Paulo desde pequeno. Escreveu para várias séries de humor e programas de variedades, além de alguns longas-metragens. Ele também atualizava diariamente o blog que levava seu nome: tonygoes.com.br.

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