Nina Lemos

Rafinha Bastos: o aluno arrogante que foi suspenso da escola

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Vocês acham um absurdo alguém fazer piada com estupro, então vocês são todos uns politicamente corretos chatos. O argumento tem sido usado sem parar pela turma dos humoristas do "CQC" e seus fãs sempre que alguma "piada" absurda vem à tona e eles são criticados. Chamar alguém de politicamente correto virou xingamento da turma arrogante, que acha que pode falar o que bem entende e não ser cobrado por isso.

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Quem fala o que quer, ouve o que não quer. E, se o que foi dito foi falado na televisão e está lá gravado para sempre, você vai ter que responder por isso, sim. Normal. É assim na vida. E é assim se o seu trabalho tem repercussão.

Rafinha Bastos e sua turma agiam como se não houvesse limites. "Eu faço o que eu quero, dane-se", tem sido a postura do "humorista" cada vez que foi cobrado (pelos politicamente corretos chatos, claro, porque quem me cobra é sempre um mala, eu não, eu sou bacana e engraçado pra caramba) por ter feito piada sobre estupro, mulher gorda, órfãos e, no caso mais recente, ter comentado que, dada a beleza de Wanessa Camargo grávida, "comeria mãe e filho."

Rafinha parece ter caído pesado no pior pesadelo da fama, aquele que faz com que as pessoas achem que nada pode os atingir, já que são famosos, ricos, poderosos. Cada vez que seu nome aparecia na mídia internacional, o "humorista" escrevia "chupa mundo".

Rafinha, o invencível, aquele que pode mandar o mundo se danar agora começa a pagar. Sua postura começou a ser questionada pela Band, emissora que sempre o protegeu, e o humorista foi suspenso do programa. "Isso só aconteceu porque o marido de Wanessa Camargo é poderoso", dizem. E deve ser verdade. Mas não importa. Rafinha talvez comece a aprender agora o que em geral as crianças de oito anos passam a entender. Se você falar absurdos, vai ser expulso da escola. E não adianta depois reclamar que a professora era gorda, feia, mal amada. Rafinha foi parar na sala da diretoria. Acontece.

Não, não existe censura no Brasil (outro argumento dos Politicamente Fascistas, termo cunhado brilhantemente por Marcelo Coelho na Folha). Mas ninguém pode tudo. Quer dizer, poder até pode, mas depois corre o risco de ser expulso da escola. É a vida, mano.

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