Caso Monalisa Perrone é nova modalidade de "trollagem"
Trollagem é um "verbo" comum na internet. Trollar é xingar muito, perseguir, humilhar. Quem escreve em blogs, sites ou colunas (como essa) está acostumado a ser trollado.
Os trolls atacam escritores, jornalistas e celebridades. Chico Buarque foi trollado e riu disso em um vídeo. O ex presidente Lula também. Mas não deve ter rido. Na hora em que se noticiou que ele sofria de câncer muitos comentários de leitores da internet diziam que era bem feito, que ele tinha mais é que morrer e por aí vai. Na mesma semana em que a doença de Lula foi assunto, outra "trollagem", só que de outra modalidade, ocupou todas as rodinhas de conversa.
A repórter Monalisa Perrone foi empurrada ao vivo, com todo o Brasil assistindo, enquanto fazia um link na porta do hospital onde Lula se tratava. O empurrão da repórter virou o assunto da semana e web hit. Monalisa, assim como o presidente, sofreu uma trollagem. Simples (e complicado) assim.
Não sabemos se os meninos que conseguiram o feito de aparecer ao vivo na TV Globo (o que não é pouca coisa em um país como o Brasil) queriam protestar contra a TV, se eram malucos, arruaceiros. Mas não importa. Eles trollaram. Em outras palavras, empurraram, jogaram no chão, humilharam. Provavelmente queriam conseguir o mesmo que os trolls da internet tentam cada vez que xingam alguém: aparecer.
Sim, na era da imagem, para existir a gente precisa aparecer (postando no twitter, se fotografando feliz no Facebook etc). E quem não quer existir, afinal? Todos querem. Mesmo que seja empurrando, cuspindo ou xingando muito. Faz parte do jogo. Por mais triste e doloroso que possa ser para todas as partes envolvidas. E é.
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