A apresentação de Lady Gaga na final do Super Bowl no domingo (5) foi frenética e impressionante, mas frustrou quem esperava ativismo político da cantora, que é grande crítica do presidente norte-americano Donald Trump.

Alguma quebra de protocolo estava fora de questão, já que o show, além de minuciosamente ensaiado, é exibido com delay (atraso na transmissão) de cinco segundos, para evitar algo inapropriado, como acontece em 2004, quando Janet Jackson teve um dos seios exposto.

A esperança era que Gaga incorporasse algum protesto à apresentação, mas nada foi feito. Entretanto, internautas estão apontando detalhes no show que podem revelar o posicionamento da artista aos observadores mais atentos. 

Logo no início do show, ela cantou um trecho de "This Land Is Your Land". A patriótica canção destaca que "esta terra foi feita para você e para mim", afrontando o decreto assinado por Trump na sexta (27), que proíbe cidadãos de sete países predominantemente muçulmanos de entrarem nos Estados Unidos.

Da setlist preparada para o show, "Born This Way" teve grande destaque. A música, lançada em 2011, se converteu em hino para a comunidade LGBT.

A letra inclui a frase "não importa se você é gay, hétero ou bi / Lésbica, transgênero", e os internautas ressaltaram a relevância da canção ser interpretada em um estádio no Texas, estado tido como conservador. O "USA Today" destacou que foi a primeira vez que a palavra "transgênero" foi dita no Super Bowl. 

A canção "Milion Reasons", do disco "Joanne", que Gaga cantou enquanto tocava piano, fala de alguém com um milhão de razões para partir, mas que precisa de apenas "uma boa razão para ficar". Durante a música, a cantora cumprimentou seus pais, que são descendentes de imigrantes italianos, voltando à questão dos estrangeiros nos EUA, um dos temas mais polêmicos no governo Trump.