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Biografia de Andressa Urach fala de fé, zoofilia e incesto, mas poupa nomes de famosos

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Quem vive no Brasil durante segunda década do século 21 já ouviu falar de Andressa Urach, 27, mais conhecida pelo epíteto ex-vice-miss bumbum.

Faz alguns anos que a modelo gaúcha tem cada um dos seus passos cobertos pela imprensa. Beijou uma mulher num iate e virou notícia. Quase morreu por injetar nas pernas substâncias proibidas pela Anvisa e tornou-se a notícia mais lida dos portais. Afirma ter feito sexo vespertino com o jogador Cristiano Ronaldo e saiu na capa de jornais europeus.

Chega às livrarias nesta segunda (17) "Morri Para Viver" (Editora Planeta, R$ 36,90), biografia de Urach. A obra, a que a Folha teve acesso em primeira mão, traz aspectos da sua vida que ainda estavam ocultos, por incrível que isso pareça.

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Andressa diz ter sido abusada pelo avô adotivo. Perdeu a virgindade com um meio irmão. Chegou a um orgasmo pela primeira vez com o cachorro de uma amiga —anos depois, pagaria R$ 6.000 por um macaquinho de estimação, sem nenhum uso capcioso.

Diz ter ganho milhões de reais se prostituindo e comprado apartamentos em várias cidades do país. Liquefez a maioria dos bens para pagar, entre outras coisas, cirurgias plásticas.

Em um capítulo, ela faz as contas das intervenções: elenca 14, e diz que só parou por conta do acidente com o hidrogel. Caso não tivesse ficado à beira da morte, teria "cortado os dedos do pé, para calçar sapatos menores".

Crédito: Reprodução/Instagram/andressaurachoficial Capa do livro de Andressa Urach, 'Morri Para Viver
Capa do livro de Andressa Urach, 'Morri Para Viver'

Começou a vender o corpo quando já era mãe, e traçou um plano de carreira para ser a profissional de sexo mais bem paga do Brasil. Bolou o nome artístico Ímola, comparando as curvas artificiais do seu corpo com as sinuosidades do autódromo em que Ayrton Senna morreu em 1994.

Diz ter sido "a melhor do Rio Grande do Sul". Encontros com clientes de predileções menos ortodoxas, como morder seu crânio até quase arrancar sangue, a assustavam. Mas ela seguia em frente. A participação no concurso Miss Bumbum e no reality show "A Fazenda" (Record) eram manobras para aumentar seu valor de mercado.

POMBA-GIRA NA CAMA

Enquanto ela narra os atos, condena a maioria deles, e usa de argumentos religiosos recém-adquiridos para justificar o que chama de "coisas doentias". Ela afirma que na cama evocava o espírito de uma pomba-gira com quem havia feito um pacto. A incorporação, escreve, a "deixava mais selvagem". "Não usava lubrificante para fazer sexo anal e cobrava mais caro por isso."

Mas as revelações cessam no campo da intimidade dela própria. Apesar de declarar que dormiu com milhares de homens, muitos deles apresentadores, modelos, empresários e artistas, ela não dá nome aos bois.


"Não me sinto no direito de expôr a privacidade de ninguém", escreve. A não ser do jogador português Cristiano Ronaldo, que ganha um capítulo próprio. Mas a relação de uma tarde que os dois tiveram já havia sido divulgada para tabloides ingleses e repercutido no mundo todo. Ainda que os jornais de fofoca costumem pagar por material, a modelo disse que vazou as informações de graça, para se vingar da grosseria com que o boleiro a tratou.

Urach é uma espécie de Kim Kardashian à brasileira. A socialite americana virou uma das pessoas mais famosas do mundo sem motivo objetivo, escorada em factoides como o vazamento de um vídeo em que fazia sexo com um namorado.

Já Andressa deu muito duro para ganhar um lugar ao sol dos holofotes. Kim e Andressa compartilham um toque de mídias: tudo em que tocam vira notícia com milhares de cliques. Não deve ser diferente com o livro, patrocinado pela rede Record e pela Igreja Universal do Reino de Deus, a quem a biografada, inclusive, dedica o livro.

MORRI PARA VIVER
AUTOR: ANDRESSA URACH E DOUGLAS TAVOLARO
EDITORA: PLANETA
QUANTO: R$ 36,90 (240 PÁGS.)

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