Celebridades

Paulo Coelho lança novo livro na Espanha e fala sobre redes sociais

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Após se recuperar de uma operação no coração, o escritor Paulo Coelho, 64, lançou em Madri nesta quarta-feira (21) seu mais recente livro, "O Manuscrito Encontrado em Accra", em um evento em que fez uma intensa defesa da internet e da redes sociais.

"Para mim, escrever significa o contato humano", disse. "Nunca compreendi isso do escritor isolado em sua torre de marfim. A internet é uma revolução, e as redes sociais, Twitter, Facebook, meu blog e os posts, mudaram tudo. Criou outro Renascimento", analisou o autor de "O Alquimista", diante de uma sala repleta de jornalistas.

Coelho tem 17 milhões de seguidores nas redes sociais e vendeu cerca de 150 milhões de livros em 168 países e em 73 idiomas. A primeira coisa que fez, antes de iniciar a entrevista coletiva, foi tuitar para comunicar que estava apresentando seu livro.

Crédito: J.J. Guillén/Efe O escritor Paulo Coelho lança novo livro na Espanha
O escritor Paulo Coelho lança novo livro na Espanha

"A tendência do escritor hoje em dia é basicamente escrever nas plataformas para compartilhar seu trabalho. O sonho do escritor é ser lido, não fazer um jardim para seu livro, mas captar outras sensações humanas, compartilhar e que haja uma compressão mútua", disse.

O autor, de intensa biografia, "hippie", rebelde, espiritualizado, viajante do mundo e vítima de torturas durante a ditadura, entre outras facetas, que encontrou a paz em 1986 após percorrer o Caminho de Santiago, acredita que neste momento de revolução tecnológica exista, por outro lado, uma crise de valores.

Essas foram as questões que o autor abordou em "O Manuscrito Encontrado em Accra", lançado pela Editora Sextante no Brasil em julho e que chega amanhã ao resto da América Latina --exceto à Colômbia, onde sairá em 6 dezembro, assim como nos Estados Unidos.

Na obra, Coelho narra a história do manuscrito de Accra, escrito em árabe, hebraico e latim, que conta o relato sobre os conselhos que um sábio grego deu à população de Jerusalém na véspera da invasão dos cruzados.

Assim, em uma clara homenagem à obra "O Profeta", de Khalil Gibran, como afirmou nesta quarta o próprio autor, "O Manuscrito Encontrado em Accra" é uma parábola sobre a falta de valores na sociedade atual. "Valores que são os mesmos hoje que há mil ou cinco mil anos", um livro sobre a eterna pergunta: "Quem sou eu?".

"Eu não tenho respostas, só perguntas", acrescenta o autor, vestido de preto como de costume.

A obra é escrita de forma metafórica e é dirigida a todos aqueles que se deixam surpreender, que têm curiosidade e que não esquecem a criança que todos carregam em si, disse Coelho. "A criança é o que fala com a voz mais pura, que enfrenta os desafios do mundo sem preconceitos", acrescentou.

O autor sempre comentou que não gosta de ser chamado de "guru" ou "visionário", mas o certo é que a maioria dos livros de Coelho, de forma explícita ou implícita, convocam à espiritualidade e, hoje, em sua entrevista coletiva, também fez um apelo a recuperar o básico, o essencial.

Quando perguntaram ao escritor sobre a felicidade, este contestou que não acreditava nela. "É uma invenção do século 18. Agora temos o consumo, que pode fazer muita gente parecer feliz", disse. "Não me interessa a felicidade, prefiro a alegria. A felicidade é para o tempo e o espaço, nada mais."

Contente, o autor de "O Diário de um Mago" destacou que adora os desafios e que este livro era um. "Estou muito contente com o livro e tenho tanta esperança como com o primeiro", concluiu.

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