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Elefanta inicia ano sem definição de lar em Ribeirão Preto (SP)

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Morando em um "puxadinho" no zoológico de Ribeirão Preto (313 km de SP), a elefanta-asiática Mayson, 38, de três metros e quatro toneladas, iniciou o ano sem saber onde vai morar. O prazo para definição vence neste mês, mas a prefeitura ainda nem abriu licitação.

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Anunciada como uma grande novidade --Ribeirão Preto seria o terceiro município de São Paulo a ter um elefante no zoológico--, o caso logo ganhou repercussão negativa depois de críticas sobre os gastos para a construção do recinto para abrigá-la, que alcançariam a marca de R$ 1,297 milhão.

Depois das críticas, a administração de Ribeirão suspendeu a licitação. Mayson foi doada, no mês de outubro, por Alexandre Klein, dono do Circo Kroner.

Adestrada para jogar futebol, tocar gaita e subir no tambor para fazer pose, ela chegou ao Brasil após a última temporada de cinco anos de apresentações no exterior.

A jornada internacional começou quando cidades e Estados do país passaram a editar leis que proibiam espetáculos circenses com animais.

Crédito: Silva Júnior/Folhapress Elefanta Mayson, 38, em recinto improvisado em SP após suspensão da licitação para obras de abrigo definitivo

Assim, ao voltar ao Brasil, Klein teve a ideia de dar um "presente" para a cidade e, ao mesmo tempo, manter por perto o animal com o qual a família conviveu por 23 anos --ele é sobrinho do palhaço Carlos Antônio Biriba Spindola, famoso na região.

O zoológico logo viu na dócil Mayson uma oportunidade de desenvolver um projeto educativo com o animal.

A oposição, no entanto, viu custos em excesso para mantê-la --e o "presente" se transformou em uma disputa política na cidade.

"Não podemos trazer a elefanta para a cidade com tantos problemas para resolver. Temos favelas, lixo na rua, esgoto a céu aberto, não sei qual a prioridade da prefeitura", afirmou João Gandini, juiz aposentado e pré-candidato à Prefeitura de Ribeirão pelo PT neste ano.

Após as críticas, a prefeita Dárcy Vera (PSD) recuou e afirmou que abriria outro processo licitatório para a construção de um recinto mais "modesto" --por pouco mais que a metade do preço inicial.

A secretária da Educação, Débora Vendramini, disse que a informação inicial indicava que o animal custaria R$ 40 mil por ano e, quando soube o real valor, a prefeita cancelou o certame.

"Não dá para uma unidade básica de saúde custar R$ 800 mil e um projeto de recinto de elefante no zoo ser de R$ 1,297 milhão", disse a vereadora oposicionista Silvana Resende (PSDB).

SEM LAR, SEM ELEFANTE

O Zoológico de Ribeirão Preto poderá manter Mayson por até 90 dias no recinto provisório --prazo que vence em meados deste mês.

A diretora do Centro de Fauna Silvestre, Cláudia Terdiman, órgão vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente, disse que, caso a administração descumpra o prazo, poderá ser penalizada por maus-tratos e pagar multas diárias até que Mayson vá para um ambiente adequado.

A Secretaria do Meio Ambiente de Ribeirão informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o pré-projeto ainda não foi feito, tampouco a licitação foi aberta.

Já o palhaço Biriba afirmou que, apesar dos custos para a construção do recinto, a presença de Mayson no zoológico atrairá turistas, que trarão receita para a cidade.

De acordo com ele, a prefeita afirmou que a visitação seria gratuita. Em São Paulo, onde há um elefante-africano no zoo, o custo do tíquete para o passeio é de R$ 20,40 para adultos, incluindo transporte da estação de metrô Jabaquara para o zoológico e visitação a todos os animais.

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