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Vídeos de óvnis dos EUA: imagens capturadas por pilotos militares mantêm mistério

visão de radar
Pentágono não dá detalhes ou conclusões de sua investigação - Departamento de Defesa dos Estados Unidos/BBC News
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O Departamento de Defesa dos Estados Unidos retirou o sigilo de três gravações de "fenômenos aéreos inexplicados". O Pentágono afirmou que o objetivo da medida é "desfazer qualquer dúvida do público" sobre a origem dessas imagens, que já estavam circulando na internet.

Os vídeos já tinham sido vazados em duas ocasiões, em 2007 e 2017.

Dois deles foram divulgados pelo jornal americano The New York Times, e o terceiro, por uma organização cofundada pelo ex-cantor da banda Blink-182, Tom DeLonge, para estudar óvnis (objetos voadores não identificados) e fenômenos paranormais.

Depois que o material veio à público, diversas pessoas afirmaram que os objetos voadores não identificados são extraterrestres.

O QUE APARECE NOS VÍDEOS?

Segundo o New York Times, um vídeo de 2004 foi gravado por dois pilotos de caça da Marinha e mostram um objeto circular transitando perto da água no oceano Pacífico, a cerca de 160 km da costa americana.

Um dos pilotos, David Fravor, relatou que o objeto "acelerava a uma velocidade que nunca tinha visto na vida".

Os outros dois vídeos são de 2015, e mostram objetos se movem pelo ar, um deles com giros. "Olha só aquilo, cara! Está girando!", afirma um dos pilotos.

O Pentágono não explica as conclusões de sua investigação ou detalhes do que exatamente está acontecendo nos vídeos. Os vídeos divulgados podem ser baixados neste site oficial, nos links FLIR, GOFAST e GIMBAL.

Em comunicado, o órgão afirmou: "Após uma análise minuciosa, o departamento determinou que a liberação autorizada desses vídeos não revela nenhum sistema ou capacidade sensíveis e não afeta investigações de incursões no espaço aéreo militar por fenômenos aéreos não identificados".

Segundo o Pentágono, "os fenômenos aéreos observados nos vídeos permanecem classificados como 'não identificados'".

DeLonge, da organização To The Stars Academy of Arts and Sciences, afirmou que pretende financiar pesquisas sobre os objetos e elogiou o governo americano por "começar um grande diálogo".

"Após 70 anos de desinformação, é hora de progredirmos na compreensão dessa tecnologia extraordinária observada durante esses eventos."

Em entrevista ao New York Times, astrofísicos afirmaram que existem diversas hipóteses para explicar o que aparece nos vídeos, entre elas "efeitos atmosféricos, reflexos e falhas nos códigos de imagem e nos sistemas de visualização dos caças".

O ex-senador democrata Harry Reid, do Estado de Nevada, elogiou a divulgação, mas afirmou que ela é apenas a ponta do iceberg da pesquisa e do material coletado pelo governo americano.


ANÁLISE DE JONATHAN MARCUS, ESPECIALISTA DA BBC EM DEFESA

O fascínio pelo inexplicável nunca se vai. E o fenômeno de óvnis talvez seja uma das mais fortes dessas histórias, ligando a incerteza sobre mundos além do nosso e teorias da conspiração sobre governos, principalmente o americano.

Ao longo de séculos, as pessoas olharam para o céu e tentaram explicar luzes e objetos misteriosos. Mas a narrativa moderna sobre óvnis tem raízes em 1947, quando um fazendeiro encontrou um objeto em Roswell, no Estado do Novo México, inicialmente descrito como um disco voador, mas depois atribuído a um programa secreto de balões para monitorar a União Soviética.

Depois, a base de testes para aeronaves avançadas, conhecida como Área 51, no Estado de Nevada, passou a ser apontado como suposto centro de estudos de óvnis. Foi ali que, segundo teorias da conspiração, o governo americano procurou explorar a avançada tecnologia alienígena.

Ao longo de anos, muitas dessas teorias foram refutadas. Mas em 2017, o Pentágono finalmente admitiu que manteve um longevo programa (hoje extinto) para estudar óvnis.

Hoje, a Marinha americana prefere chamar esses avistamentos inexplicados de "fenômenos aéreos não identificados". Mas a mudança de termo não interfere na questão fundamental: nós estamos sozinhos no universo?

BBC News Brasil
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