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Processo de galo cantor que incomoda vizinhos começa hoje na França

O galo Maurice e sua proprietária Corinne Fesseau, em La Rochelle
O galo Maurice e sua proprietária Corinne Fesseau, em La Rochelle - RFI/ AFP
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Descrição de chapéu RFI

O julgamento do caso insólito, que gerou uma guerra entre vizinhos, está previsto para esta quinta-feira (4) no tribunal de Rochefort, no leste da França. Vizinhança reclama que Maurice, o galo em questão, canta “forte e cedo demais”.

“Se meu galo pudesse falar? Ele diria para deixá-lo cantar em paz”, disse Corinne Fesseau, proprietária do agora célebre galo Maurice, em entrevista à rádio francesa France Info. Ela reconhece, entretanto, que todos os dias, às 6h30, a ave solta a voz, para desespero dos vizinhos.

O caso gerou uma mobilização de alguns donos de galos da região. Três deles prometem comparecer ao tribunal acompanhados de suas aves, Attila, Jean-René e Casanova, nesta quinta-feira, para defender Maurice com unhas, bicos, penas e dentes.

Maurice mora em uma pequena cidade da região, Saint-Pierre d’Oléron, desde 2015. Em entrevista à France Info, Corinne, ela mesma cantora e talvez fonte de inspiração para Maurice, explica que na época decidiu adquirir algumas galinhas da raça francesa Marans, “porque dão ovos magníficos.”

Um amigo de Corinne, sabendo da sua intenção de construir um poleiro, deu de presente para ela um pintinho da raça. Só que o bichinho, batizado de Mauricette, cresceu e, na verdade, era macho. Virou Maurice. "Pensamos que fosse uma galinha", justifica a cantora, que mora há 35 anos na região.

QUARTO DOS VIZINHOS FICA GRUDADO EM POLEIRO

Ela diz viver essa situação inusitada com uma boa dose de humor, mas reconhece ter ficado preocupada quando percebeu o potencial vocal de Maurice –principalmente porque uma das casas, da família Biron, é colada no poleiro. O quarto fica apenas a dois ou três metros de onde vivem as aves.

De acordo com a reportagem da rádio France Info, os vizinhos que prestaram queixa contra o galo preferiram não dar entrevista. O casal de aposentados, de 68 anos, mora em outra região, mas vem com frequência passar as férias na ilha de Oléron.

O advogado deles, Vincent Huberdeau, diz que eles se sentem “como estrangeiros” desde o início do caso, pelo fato de não morarem na região e não conhecerem tantas pessoas como Corinne.

Eles garantem ter tentado conversar com a dona do galo, mas segundo Huberdeau, o diálogo tornou-se impossível com o tempo, levando os vizinhos a enviar cartas e finalmente prestar queixa. Enquanto isso, Maurice, até que haja uma decisão da Justiça, continua cantando todas as manhãs, de crista erguida. 


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