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Viva Bem

Babá de pet: Conheça o profissional que cuida dos bichos no conforto do seu lar

Serviço de pet sitter para cães e gatos evita estresse com viagens e mudança de ambiente

Cybelle Bordon trabalha há 12 anos como pet sitter e dog walker - Karime Xavier/Folhapress
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São Paulo

As festas e as férias de fim de ano estão chegando, e com elas o dilema de todo tutor de pet quando precisa viajar: quem vai cuidar dos bichinhos? Muitos animais de estimação ficam estressados quando são retirados de suas casas, e a solução encontrada por tutores é a contratação do serviço de pet sitter, uma babá para animais de estimação.

Já bastante conhecido entre os tutores de gatos —os felinos costumam ser mais avessos a mudanças—, esse tipo de profissional é procurado também por quem tem cachorro e prefere manter o pet no conforto do lar a ter de deixá-lo em um hotelzinho, por exemplo.

Os preços do serviço variam de R$ 60 a R$ 80 por visita, aproximadamente, e dependem de fatores como o número de visitas, se o bicho toma algum medicamento e se precisa ser levado ao veterinário, além de questões como localização da casa, época do ano e demanda.

Cybelle Bordon, 43, atua há 12 anos como pet sitter e dog walker (que faz passeio com cachorros). Quando o tutor precisa se ausentar de casa, ela entra em ação para cumprir tarefas como limpar a caixa de areia dos gatos, trocar o tapete higiênico dos cachorros, encher o pote de ração, trocar a água, passear, brincar, dar remédio. E, claro, mandar fotos e vídeos para o tutor.

A pet sitter conta que mesmo os gatos, que são mais independentes e ficam bem sozinhos, sentem o vazio do ambiente. "Já vi casos de gatos que desenvolveram depressão na ausência do tutor", relata. E ressalta que é perigoso deixar os animais sozinhos por longos períodos. "Eles podem se machucar, ter um mal súbito. Não dá para prever o que pode acontecer."

Lenise Costa, 48, que atua como cat sitter (babá de gatos) há sete anos, diz que brincar com os bichinhos é parte fundamental do trabalho. "Eles precisam de no mínimo meia hora de brincadeira por dia. Principalmente os filhotes, que costumam roer as telas de proteção [de janelas e sacadas]. Não pode só colocar água e limpar a caixa de areia", diz.

Ela conta que às vezes é procurada por tutores que pedem visitas a cada dois dias aos gatos, mas reforça que é arriscado deixar os animais sozinhos por tanto tempo, já que os felinos são caçadores por natureza e acidentes podem acontecer.

Ambas as pet sitters dizem que costumam fazer uma visita prévia aos novos clientes, para conhecer os animais e pedir detalhes da rotina deles, como alimentação, onde bebem água e se costumam se esconder. "Cada animal tem uma personalidade diferente", diz Lenise.

Cybelle, por exemplo, conta que uma vez passou cinco horas procurando uma gata, que havia se escondido em um quartinho da bagunça. Desesperada, com "dor de barriga de nervoso", decidiu ligar para a tutora, que a tranquilizou e disse que certamente a gata estava escondida.

Relação de confiança

Muitas vezes a relação entre tutor e pet sitter é tão próxima que eles se tornam amigos. A empresária Renata Moreira de Oliveira Felipe, 48, que tem quatro gatos e um cão labrador, confia tanto na profissional que deixa com ela uma cópia das chaves de casa, o ano inteiro.

Segundo Renata, Cybelle busca Dom todos os dias para passear. E quando precisa viajar, sabe que pode esperar fotos, vídeos e até videochamada com os bichos. Ela diz ainda que, antes de chamar a pet sitter, deixava Dom em um hotelzinho, mas percebia que o cachorro não ficava feliz. "Quando ela não vem para os passeios, ele fica na porta esperando no mesmo horário. Se ele ouve a voz dela, fica louco."

A estudante de veterinária Maria Fernanda Costa, 28, é outra que não abre mão dos serviços de uma pet sitter. Ela diz que, quando viaja, costuma chamar Lenise para cuidar das duas gatas —e também de dois ratos Twister, que chegaram depois. "Eu confio 100% nela. Minhas gatas adoram, ficam super à vontade com ela. E eu fico ansiosa esperando os vídeos que ela manda."

Tutora de três gatos, a bancária Camila Stella Toledo Pereira, 37, procurou uma pet sitter quando se mudou de Porto Alegre para São Paulo, em 2019. Sem parentes na cidade, ela precisava de um profissional para cuidar dos pets, o que incluía medicar uma das gatas com remédio controlado, e acabou chegando até a Cybelle.

Ela diz que gostou tanto do serviço que prefere pagar a profissional a pedir a um amigo para cuidar dos bichos quando precisa se ausentar. "Todos os dias ela manda fotos e vídeos, é um dispositivo para eu ficar mais tranquila", afirma.

Experiência é fundamental

De acordo com a veterinária Daniela Mol Valle, o tutor que busca alguém para cuidar de seu animal de estimação durante sua ausência encontra no pet sitter uma opção segura. Segundo ela, esse profissional poderá verificar se o pet está se alimentando, urinando e defecando normalmente e sentido
a ausência do tutor de alguma forma mais intensa.

"Não é só uma pessoa que vai dar comida e água e vai embora. Tem que interagir, brincar [com o animal] é importante. Dar uma olhada no ambiente, ver se tem alguma coisa errada, se quebrou algo, se o bicho comeu alguma coisa que não devia", enumera.

A veterinária recomenda contratar um profissional em vez de deixar os bichinhos nas mãos daquele amigo que nunca cuidou de um gato ou do porteiro que teve um cachorro na infância, por exemplo.
"Eu sempre falo: [tem que ser] cat sitter e dog sitter como profissão, não como bico. Alguém que tenha experiência, que entenda o animal e saiba o que é um sinal de alerta ou não", enfatiza.

Segundo ela, quem não é profissional poderá não perceber que o potinho de ração não foi mexido, por exemplo, ou que o animal vomitou. "Nenhum bicho fica feliz com o dono longe, mas parar de comer é uma coisa grave", afirma. "Tem que estar alerta e ter sempre alguém, [pet] é como uma criança".

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