Naturismo: 'Caminhar nua me dá uma sensação de liberdade'
Os lockdowns impostos pela pandemia de covid-19 fizeram com que muita gente redescobrisse a alegria de explorar a natureza quando tiveram a chance de sair de casa. Mas você consideraria fazer isso pelado?
O naturismo, definido de maneira geral como a prática de andar sem roupas, pode ser controverso, dependendo da cultura e de onde a pessoa vem.
Donna Price e o marido John, ambos naturistas do Reino Unido, têm feito caminhadas nus ao ar livre, quando as condições climáticas permitem, durante a pandemia.
'GRANDE SENSAÇÃO DE LIBERTAÇÃO E LIBERDADE'
Em entrevista à BBC, Price encorajou aqueles que têm interesse em saber mais sobre o naturismo a experimentar, mas não no inverno. "Fui dar um passeio [num dia frio de janeiro] e estava muito bem agasalhada. Posso garantir."
Mas durante os meses mais quentes do lockdown no Reino Unido no ano passado, ela saiu para fazer longas caminhadas com o marido pelo campo. "Há uma grande sensação de libertação e liberdade quando você realmente experimenta o naturismo."
"Eu jamais defenderia que alguém saísse para fazer uma caminhada nu como a primeira coisa (a fazer no naturismo). Simplesmente não faria isso."
"Você tem que se sentir confortável em sua própria pele, então você faz (o nudismo) em casa, talvez no próprio jardim, se puder." "Fique confortável com você mesmo. Na verdade, comece a sentir que estar nu parece normal, o que eu quero dizer é que para mim, parece."
NADA A VER COM SEXO
As leis sobre como e o que alguém deve vestir em público variam consideravelmente em todo o mundo. Embora a nudez pública seja ilegal em alguns países, naqueles em que é permitida, costuma haver diretrizes ou regras que os naturistas devem seguir.
Não é crime ficar pelado em público no Reino Unido, a menos que haja provas de que a pessoa sem roupa tenha a intenção de causar sofrimento, alarme ou indignação.
Price posta fotos da vida cotidiana dela e do marido em seu perfil de rede social. As fotos mostram o casal encontrando amigos (vestidos e antes do lockdown), fazendo tarefas domésticas, cozinhando em casa, nadando no mar e fazendo trilhas na floresta, sem roupa.
Ela e o marido se depararam com uma praia de nudismo na Nova Zelândia nas férias de 2010. Foi quando descobriram o naturismo.
Ela contou ao jornal britânico Daily Mail que o casal estava "fazendo de tudo durante o lockdown — aulas de ioga, cafés da manhã, cursos de culinária, desenhos de modelos vivos, painéis de debate e drinques à noite— tudo virtualmente e totalmente nu".
E ela não se cansa de enfatizar que o naturismo não tem nada a ver com sexo. "Viagem, comida, natação, socialização, naturismo... todas as coisas normais que uma mulher de meia-idade gosta! SEM PORNOGRAFIA!" —diz sua biografia no Twitter.
RESPOSTAS ENCORAJADORAS
Price é voluntária da organização British Naturism e líder da campanha Women in Naturism. Ela reconhece que o naturismo pode não ser para todo mundo e que existe um estigma em torno da nudez pública.
Mas ela é defensora do fortalecimento da confiança que vem com andar e nadar nua, e também obtém respostas surpreendentemente compreensivas do público.
"A maioria das respostas com que você se depara quando encontra o público em geral é, na verdade, muito encorajadora." "Eles não estão 'em choque, horrorizados', na maioria das vezes, posso garantir isso." "Muita gente apenas diz 'bom dia' e segue em frente."
"Algumas pessoas falam: 'Caramba, você é mais corajosa do que eu', se estiver um pouco frio." "Outras dirão apenas: 'Eu realmente gostaria de poder fazer isso'. E normalmente nós apenas respondemos: 'Você pode!'
"Gostamos da sensação de estar em harmonia com a natureza." "Se você ainda não experimentou ficar nu na natureza ou ao ar livre quando pode sentir o ar quente por toda a sua pele, é uma sensação adorável. Realmente é."
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