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Televisão

Juliana Paes comemora volta de 'A Força do Querer' e cita paixão de Bibi como perigosa

Com volta da trama nesta segunda, atriz estará no ar com três novelas

A atriz Juliana Paes vive Bibi em "A Força do Querer" Globo/Estevam Avellar

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São Paulo

Destemida, arrojada e apaixonada. Assim é Bibi, personagem de Juliana Paes, 41, na novela “A Força do Querer”, que volta ao ar nesta segunda-feira (21) nas noites da Globo, no lugar de “Fina Estampa”. Sucesso na primeira vez em que a novela foi transmitida, a atriz afirma que personalidades como a de Bibi são perigosas. Não à toa, ela sofre as consequências por essa entrega apaixonada.

“Nesse sentido a personagem sempre será atual, porque o comportamento dela, sempre explosivo, sem medir consequência, sempre será perigoso, não tem época. É um comportamento emocionalmente perigoso. Ela é imatura, dependente, então em qualquer década alguém que não tenha o mínimo de inteligência emocional estará sempre em perigo”, afirma a protagonista.

Uma protagonista da trama de Glória Perez, que foi ao ar pela primeira vez em 2017, Bibi é baseada na história real da escritora Fabiana Escobar, que foi casada com um dos maiores traficantes cariocas. Uma paixão financiada pela venda de drogas e testemunhada em escutas e tocaias da polícia, que deu a ela alcunhas como "Rainha do Pó" e "Primeira-dama do Tráfico".

Em "A Força do Querer", Bibi Perigosa tem duas fases: a da paixão avassaladora por Rubinho (Emilio Dantas), chefe do crime no Rio, e a mudança de postura mais para o final da novela. Para Juliana, as duas etapas requerem diferentes maneiras de julgamento. A atriz traça um paralelo com os dias atuais de pandemia para explicar essas duas fases.

“Eu creio que Bibi da primeira fase, se estivesse em 2020, com certeza estaria sofrendo com as consequência da pandemia, não estaria fazendo as coisas certas, iria para a rua infectar todo mundo”, brinca. “Mas a Bibi do final da novela, restituída, estaria quietinha com filho em casa."

Sem dúvidas, a novela foi uma das mais divertidas para Juliana. Ela afirma que adorava as cenas de atear fogo nas coisas quando estava abalada. Devido a sua atuação, passou um ano inteiro sendo chamada de Bibi pelas ruas e isso só acabou quando passou a ser chamada de Maria da Paz pela novela “A Dona do Pedaço” (2019).

Porém, nem tudo foi fácil. Juliana Paes afirma que não gostava de fazer as cenas de briga. “Me dava uma baita vontade de rir. Nunca briguei na vida. Estou com vontade de rever a primeira vez que a Bibi vai a um baile na comunidade e se percebe encantada. E quando o Sabiá (Jonathan Azevedo) diz que ela precisa matar alguém. Ali começa a cair uma ficha de onde está se metendo”, afirma a atriz.

Mas não é apenas de Bibi que a atriz poderá matar saudades. Na verdade, o público poderá ver Juliana Paes em três fases diferentes a partir desta semana. Devido à estratégia da Globo de incluir reprises devido ao atraso dos folhetins atuais por causa da pandemia, ela estará em “A Força do Querer” na faixa das 21h; "Totalmente Demais" (2015-2016), na faixa das 19h; e em “Laços de Família” (2000-2001), no Vale a Pena Ver de Novo.

“Eu me sinto envaidecida. Ou os projetos e personagens que fiz foram muito legais ou realmente eu vou emendando uma coisa na outra e não tem mais produto na Globo sem mim”, diverte-se. “Acho que isso tem a ver com uma trajetória de dedicação e de abdicação. Mas confesso que existe uma apreensão, pois em ‘Laços’ eu era muito ruim, crua. Tenho até medo de me assistir”, diz sobre seu primeiro papel.

FEMININA, NÃO FEMINISTA

A novela “A Força do Querer” mostra os desejos sobretudo de três fortes mulheres. Além de Bibi (Juliana Paes), que é louca para ter um relacionamento cheio de amor e que para isso é capaz de ir às últimas consequências, a trama revela as histórias de Rita (Isis Valverde) e Jeiza (Paolla Oliveira).

Ritinha é uma jovem apaixonada que adora despertar o fascínio dos homens. Justamente por isso acaba se envolvendo com dois deles: Ruy (Fiuk) e Zeca (Marco Pigossi). Já Jeiza quer um amor que não a impeça de alcançar seus objetivos, que é a carreira na polícia e se tornar uma campeã de UFC. As relações e os triângulos amorosos são importantes elos entre os núcleos da novela.

Para a Dandara Mariana, que faz Marilda, a melhor amiga de Rita, é muito importante que essa novela volte neste momento em que vivemos. “É uma história feminina, não feminista. Eram mulheres femininas fortes, como a Bibi que vinha com viés da coragem. Mulheres que criaram filhas sozinhas como a Aurora (Elizangela). Uma narrativa que aborda a sororidade como no caso da minha personagem.”

Na opinião de Juliana Paes, talvez nunca uma novela tenha tido um nome tão perfeito em relação a sua história. “Nós do elenco ficávamos discutindo o nome e só entendemos perfeitamente após as tramas começarem a se desenrolar. O querer dessas personagens sempre foi muito forte e norteou as tramas”, conclui.

A NOVELA NOS DIAS DE HOJE

Apesar de ter ido ao ar apenas há três anos, as atrizes Juliana Paes, Mariana Xavier e Dandara Mariana, se dizem na expectativa para ver a reação das pessoas ao reverem “A Força do Querer”, devido à maior polarização política de hoje. Elas citam a história de Ivana (Carol Duarte), que vira Ivan após se descobrir trans, como um dos núcleos com maior expectativa em relação ao feedback do público​.

“Na trama da Ivana eu paro para ver como o público vai reagir hoje, politicamente mais afetado. Apesar de achar que temos travado batalhas e que pessoas abriram a cabeça, acho que politicamente estamos em um momento tosco e difícil de polarizações, de extremos. Não sei como vai ser, será curioso notar a reação do Brasil”, opina Dandara.

Para Juliana, o brasileiro amadureceu desde 2017, quando houve a exibição original. “Eu, como estou em casa acompanho as reprises, junto com as redes sociais, e é gostoso ver isso e perceber que conforme a trama é reexibida ela pega o público que não assistiu ou aqueles que querem lançar outro olhar sobre aquilo que já viram. E o público vê as coisas hoje de um jeito diferente.”

Mariana Xavier, que vive a secretária cheia de autoestima Abigail, quer que a história incomode as pessoas em algum sentido. “É bom que incomode, é sinal de que nós evoluímos. Ao mesmo tempo que conseguimos conquistas tivemos onda de conservadorismo absurda que tem força e barulho. Eu também me pergunto como será a reação do público à novela e por outro lado é importante colocar no ar essa trama cheia de provocações”, completa.

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