Protagonista de 'Betty, a Feia em NY' diz que atual versão foca mais a aceitação do corpo
Elyfer Torres se surpreendeu com sucesso da trama e diz ser fã de Anitta e Silva
"O padrão de beleza mudou muito no mundo. Betty não tem mais uma mudança radical, que a faz parecer outra pessoa. Ela não alisa o cabelo, não coloca maquiagem forte, não faz essas coisas. É uma mudança dela para sua melhor versão, mas não por querer ser bonita ou alcançar um padrão de beleza, e, sim, para ser feliz. Ela aceita seu corpo como é. E é muito poderoso que essa transformação não seja tão radical."
É dessa forma que a atriz Elyfer Torres, 23, que dá vida à protagonista de "Betty, a Feia em Nova York", se diz contente com a nova versão da novela. A história da menina de óculos com aros grossos e aparelhos nos dentes, que sofre com sua aparência até passar por uma transformação visual, é exibida no SBT desde janeiro deste ano, e seus 123 episódios já estão todos disponíveis na Netflix.
A produção é baseada em "Betty, a Feia", exibida pela RedeTV! em 2002, e que ganhou uma adaptação local pela Record entre 2009 e 2010. Produzida no ano passado pela Telemundo, rede hispânica que contempla a comunidade latina nos Estados Unidos, a atual trama é uma das 22 adaptações feitas em cima do roteiro colombiano desde 1999.
Torres afirma que a novela traz uma mensagem muito poderosa sobre amor próprio, mostrando que a beleza está em todas as cores e formas de ser. "Beleza é uma construção social. É uma imagem muito eurocentrista, que conquistaram nossas terras –os europeus chegaram, mataram e impuseram regras para tudo", pondera a atriz. "Hoje existe um movimento feminista muito forte no México e fico feliz de ter essa história ['Betty, a Feia em NY’], que está dando a volta ao mundo, e mostra que não é preciso mudar quem você é", acrescenta.
Este é o primeiro grande papel de Elyfer Torres, que afirma já ter passado pelo dilema de não se achar bonita o suficiente para entrar no mercado audiovisual. Hoje, ela diz acreditar que o segredo para realizar seus sonhos é se amar e acreditar em seu trabalho.
Para ela, existe uma grande diferença entre a primeira edição da novela e esta, já que vivemos em um “momento de amar nossos corpos” e as mudança são perceptíveis no dia a dia –"há mais produtos para cachos nas lojas. É incrível, porque estão normalizando isso e achando bonito".
Para a novela, Torres pôde manter não só os cachos, mas outros pelos do corpo. Dois meses antes do início das gravações, em outubro de 2018, ela deixou o bigode crescer, fez uma dieta para engordar, colocou aparelho e se mudou para Miami. Tudo com o intuito de interpretar a melhor protagonista possível. "Estava muito nervosa. Tinha medo por contar uma história que já foi contada muitas vezes por atrizes famosas", diz. "Mas pensei: ‘Isso é o que eu quis toda a minha vida’. E enfrentei."
A única ação que a atriz não incluiu em seu estudo da personagem foi assistir às demais versões da novela. "Até agora não vi nenhuma, justamente para não imitar. Estaria fazendo algo da perspectiva de outra época, sendo outra pessoa. Acho que fiz a escolha certa."
A forma de incorporar a personagem deu certo: a novela tem feito sucesso no Brasil, embora Torres não esperasse por isso. Ela conta que costuma receber muitas mensagens nas redes sociais vindas de brasileiros –mais até do que dos fãs do México ou dos Estados Unidos–, e que eles foram os únicos a esperarem por ela no aeroporto, quando ela desembarcou no país.
Além das coxinhas e caipirinhas, a atriz também diz adorar a música brasileira, em especial as de Silva, Anitta e Karol Conka. Por tudo isso, ela ainda pretende vir ao Brasil para passar as férias e conhecer, especialmente, o Rio de Janeiro. Por enquanto, junto aos fãs daqui, ela torce para que uma segunda parte da novela seja aprovada e ela volte a interpretar Betty. “As pessoas estão pedindo muito. E eu espero que aconteça”, diz.
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