Aviso
Este conteúdo é para maiores de 18 anos. Se tem menos de 18 anos, é inapropriado para você. Clique aqui para continuar.

Música

Laura Pausini comemora indicação ao Oscar e adianta discurso em homenagem ao pai

Italiana diz que brasileiros podem se sentir incluídos em conquista: 'Adotada'

Laura Pausini Divulgação

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Laura Pausini, 46, ainda alterna momentos de felicidade absoluta com momentos de incredulidade ao falar da indicação que recebeu ao Oscar 2021 pela canção "Io Sí (Seen)", do filme "Rosa e Momo" (Netflix). A italiana chegou a se emocionar durante um bate-papo com a imprensa da América Latina, do qual o F5 participou, nesta terça-feira (16).

"Essa realidade que estamos vivendo na pandemia é tão diferente da alegria por ter sido indicada que me dá um certo desequilíbrio", explica. "Me sinto quase culpada por ter tido essa sorte."

"Porém, conversei com alguns amigos e eles me falaram que a indicação é um presente também para os italianos, assim como para os espanhóis e os brasileiros, já que sou adotada por vocês há 28 anos", conta. "Sou feita de muitas terras."

Em meio ao processo de escolha das músicas para seu próximo álbum, a ser lançado no final do ano ou no ano que vem, ela diz que também estourou uma garrafa de champanhe, mas não brindou. "Eu sou abstêmia, só bebo água sem gás", afirma.

Ela lembra que o fato de estar participando da maior festa do cinema americano com uma música que não é em inglês (ela divide os créditos com a americana Diane Warren) é algo a ser comemorado. "Sou italiana e a música é em italiano", lembra. "Acho que isso também traz um significado importante, que é o de que qualquer pessoa pode chegar lá. É uma derrubada de muros. A emoção não tem idioma. "

A cantora confessa que sente falta de poder visitar esses países nos quais se sente em casa —no Brasil, ela diz falar todas as semanas por mensagem com o amigo Serginho Groisman. "Estou acostumada a viajar muito, não estou acostumada a ficar em casa por mais de uma semana", lembra. "Tenho saudades até do aeroporto, sonho todas as noites com o detector de metais (risos)."

A próxima viagem programada é para a cerimônia do Oscar, que está marcada para o dia 25 de abril. Porém, ela diz que ainda não sabe exatamente como será a participação na festa, especialmente por causa da pandemia. "Normalmente todos os indicados cantam", comenta.

"Acho que o Grammy pode ser um exemplo de como fazer um grande espetáculo em que a música esteja incluída", compara, usando a cerimônia realizada no último domingo (14). "Mas de fato ainda não temos garantia de que poderemos cantar. Espero que a situação da pandemia na Califórnia esteja controlada. Eu quero cantar!"

Pausini também diz que gostaria de poder levar a família. "Levaria os meus pais e a minha irmã, mas acho que eles não poderão viajar", lamenta. "É algo que não vai se repetir na minha vida e gostaria de compartilhar com eles."

Ela conta que ainda não sabe o que vai vestir no tapete vermelho, mas já está em contato com o estilista Pierpaolo Piccioli, da grife Valentino, para pensarem juntos em algo. "Vamos ver o que ele me aconselha", diz. Entre as cores que gostaria de usar estão o vermelho ou o fúcsia.

A cantora diz que não se sente favorita na categoria, mesmo tendo recebido recentemente o Globo de Ouro pela mesma canção. A música concorre com "Speak Now”, de “Uma Noite em Miami”, “Fight for You”, de “Judas e o Messias Negro”, "Hear My Voice", de "Os 7 de Chicago" e "Husavik", de "Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars".

"Estou me sentindo como uma menina abrindo uma caixa de doces", comparou. "Eu estava torcendo muito para ser indicada, mas quando existe realmente a possibilidade de ganhar aí você fica com muito medo."

Ela confessa também que estava com pouca inspiração para escrever novas músicas quando foi chamada para participar do projeto. "Não surgia nada especial", lembra. "Parecia que eu não servia para mais nada, minha criatividade estava parada e eu me sentia inútil, uma sensação que não desejo a ninguém."

O convite veio de Edoardo Ponti, diretor do filme e filho de Sophia Loren, que estrela a produção. "Não sei se vocês entendem o que é para um italiano estar ligado à Sophia Loren de alguma forma", exalta, também lembrando que foi a característica familiar do projeto que a seduziu. "Foi uma colaboração verdadeira do começo ao fim", avalia. "Não foi algo do tipo assina contrato, faz a música e tchau."

Ela diz que, em alguns momentos, ele pediu para que ela mudasse a intenção com que cantava algumas partes da música, para se adequar à intenção do que seria mostrado na tela. "Não me incomodou ser dirigida", afirma.

O diretor, claro, ficou muito contente com a indicação, a única do filme. Durante o bate-papo, Pausini uma mensagem enviada por ele em que se podia ler "MAMMA LOVES YOU SO MUCH" (a minha mãe te ama muito, em português).

Porém, ela conta que a primeira ligação que fez após descobrir que estava indicada ao Oscar foi um pouco mais inusitada. "Foi para o colégio da minha filha", revela. "Ela queria contar para os amigos e foi lindo ver todas as crianças gritando."

E o clima familiar também dá as caras quando os pais dela, Frabrizio e Gianna, entram na videoconferência para ver o que a filha está falando. Em alguns momentos, eles esquecem os microfones abertos e Laura tem que explicar: "Eles não são muito bons com tecnologia (risos)".

Nada que atrapalhe o orgulho de ambas as partes. "Sou filha de um músico e de uma professora de italiano, um sonhador e uma mulher mais disciplinada", conta. "Quando criança, eu queria ser arquiteta e cantar à noite em um piano-bar."

"Eles me ensinaram a sonhar, mas também que o ser humano pode ser feliz sem alcançar tudo o que deseja sempre", revela. "Eu sempre tive plano B, C e D. Até hoje. Se a minha carreira acabar por algum motivo, posso fazer muitas coisas que fui aprendendo ao longo da vida."

Pausini lembra que começou a cantar aos 8 anos por influência do pai e que, neste momento, ele é "o homem mais feliz do mundo. "Devo tudo ao meu pai", afirma. "Foi ele que sempre me disse que não gosta que eu sonhe pequeno, que me acompanhou em todas as turnês. Esse era o discurso que eu faria se ganhasse o Oscar, então, se eu não ganhar, pelo menos ele já sabe."

Final do conteúdo
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Ver todos os comentários Comentar esta reportagem